sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

sandra fayad

Ficha cadastral de Sandra Fayad


Nome, nome artístico, dia e mês de nascimento, naturalidade, estado civil, profissão-e o que mais vc achar importante(e-mail, site, o que quiser)...



Por parte de mãe sou Fayad (libanês), por parte de pai André por registro, mas o sobrenome mais usado pela família é Abrahão (sírio). Fiquei sendo Sandra Fayad André. Prefiro ser conhecida por Sandra Fayad para não haver confusão. Nasci no dia 15 de fevereiro, em pleno domingo de carnaval, em Catalão (GO), sou do tempo do desquite (quando ainda não havia divórcio) e economista, especializada em mercado financeiro, por formação e profissão. Escrevo em prosa e verso (crônicas, contos e poesias), meu e-mail é sandrafayad@brturbo.com.br e meu site com o título Proseando em Versos é http://www.sandrafayad.prosaeverso.net/


Perguntas

1)Sandra, você começou a sentir-se inspirada a escrever poemas a partir de quando?

Dos doze aos quatorze anos de idade já escrevia em prosa e verso movida pela saudade da família, que estava distante. Dos 14 aos 19 anos li muito, mas apenas copiei trechos de livros em álbuns, que ainda tenho guardados. Na seqüência veio o primeiro emprego, o casamento e o nascimento da minha filha. Seis anos depois a separação, coincidindo com a volta à literatura.

2)Escreve a qualquer momento ou tem algum ritual ,hora, lugar, etc?

Escrevo a qualquer momento, mesmo que tenha barulho por perto, Só não gosto de ser interrompida. Mas prefiro o sossego das 22 h. até mais menos 01 h da manhã..

3)Qual a profissão que exerce?Gosta do que faz?Qual a sua vivência mais significativa?
Estou aposentada da minha profissão de economista, mas nunca parei de trabalhar e acho que não pararei enquanto viver. No momento, além da Literatura, que toma a metade do meu tempo entre leitura, escrita e comunicação, sou voluntária na ONG T-Bone de Projetos Culturais e me dedico diariamente à Horta Comunitária da 713 Norte, em Brasília. Hoje só faço o que me agrada, em contrapartida à pressão funcional vivenciada nos últimos anos do Serviço Público.
No entanto, sempre me adaptei bem ao trabalho que executava e ao que atualmente executo. A realidade mais significativa é a do momento, a que estou vivenciando. Não me ligo muito ao passado. Estou sempre presente no presente, olhando em direção ao futuro.

4)Publicou algum livro(de papel ou e-book), participa de antologias, etc?

Clevane, admiro e prestigio meus amigos escritores que publicam seus livros ( muitos belíssimos), mas tenho pouco tesão para publicar meus livros, por causa da burocracia e dos custos exorbitantes. Tenho material separado para dois livros solo, mas fico ensaiando...ensaiando...e não saio do lugar. Já participei de duas Antologias, de três e-books e um anuário, além de ser colunista semanal do Jornal Diário de Catalão.
5)Quel o seu maior desejo, em relação à literatura?
Sinto-me envaidecida quando recebo elogio por algum trabalho e, como todo mundo, quero continuar sendo reconhecida por aquilo que consigo fazer de positivo.
Mas não sei fazer marketing pessoal ou profissional. Acho que tenho até preguiça. Gosto de ficar quieta no meu cantinho, repassando para os amigos os textos que suponho ser de seu agrado, e vou levando... Se o sucesso tiver que vir, virá. É assim meio que “ficar esperando que caia dos céus”, com os pés bem fincados no chão.

6)Acredita que o poeta deve enganjar-se em causas sociais, respiondendo às perprectivas da poesis grga, ou deve ater-se a escrever de forma bonita, sobre diversos temas/

Deve engajar-se sim em causas sociais. No momento estou envolvida com duas. Uma é o Projeto Parada Cultural do T-Bone e outra a Horta Comunitária. Através deles tenho conseguido oferecer meus conhecimentos, experiências e aptidões a um grande número de pessoas que me dão em troca material riquíssimo para os meus trabalhos literários. É uma troca espetacular. Creio que todo escritor que participa de projetos assim acaba sendo duplamente beneficiado: pela oportunidade de se doar e pela possibilidade de receber e devolver, gerando uma corrente com elos permanentes de integração completa.


7)De que forma sua família a vê, enquanto poeta?
A família é bem grande.
Minha filha e meus netos estão sempre correndo contra o tempo, com os horários comprimidos nos dias úteis e com programas de descanso e lazer nos fins de semana e nas férias. Elogiam um ou outro trabalho, quando descobrem que foi bem aceito pelos amigos e pela imprensa. Meus cinco irmãos e parte dos sobrinhos são mais presentes e solidários. Recebo também atenção especial de alguns primos e tias, que consideram a maioria dos meus textos interessantes. Não cobro maior participação. Acho que está de bom tamanho assim como está.

8)No Mundo e no Brasil, hoje, qual o papel da Internet para a divulgação e estímulo da poesia?
É um veículo excelente, que oferece opções variadas e custo baixíssimo. Através da internet, são revelados talentos, que jamais seriam conhecidos duas décadas atrás;
Os e-books ganham cada vez mais espaços; as formatações ilustradas e com som enriquecem o conteúdo; as poesias declamadas pelos próprios autores apresentam a entonação desejada; a interação on-line permite que recebamos a crítica do leitor assim que inserimos o texto e que saibamos o quanto ele agradou ou desagradou. Além disso, podemos conhecer autores e trabalhos de poetas de todo o mundo, já traduzidos para a língua nativa, bem como nos surpreender com nossos textos lidos em outros continentes.
O único inconveniente é que, se não formos seletivos, acabamos estressados com tantas mensagens para ler e responder.

9)Pertence a que grupos, agremiações de Literatura?

Faço parte de alguns Grupos na internet como Poetas del Mundo, Vânia Diniz, Abrali, Academia Virtual Sala de Poetas, Falar Poesia, mas participo eventualmente por pura falta de tempo. Escrevo também para alguns portais, sites e blogs: Recanto das Letras, o seu Clevane, da Anna Muller, do T-bone, do Portal Catalão. Sou colunista quinzenal nos sites Carlos Roberto Lemberg, Vânia Diniz, Membro Acadêmico da Abrali e da Academia Virtual Sala de Poetas (Patronesse), colunista semanal do Diário de Catalão (impresso), membro do Grupo GUARARTE de poetas, em Brasília; participo dos eventos culturais da ONG T-Bone, onde faço trabalho voluntário; administro a Horta Comunitária da 713 Norte. Estou mais ocupada que a filha e os netos. Portanto, nem posso criticá-los.

10)Qual seu maior desejo, em relação ao própio ofício de Poetizar ?
Editar um livro com as poesias que fiz para homenagear as plantas e os animais: suas preferências, hábitos, sensibilidades, características individuais e sentimentos, que formam as suas personalidades. Descobri cada coisa interessante sobre eles nas minhas pesquisas!

11)O que mais gosta de escrever, Prosa ou Poesia?Por que?
Gosto de ambas. Depende do momento e do tema. Tenho mais facilidade para a Poesia. Nela o resultado é imediato, pois consigo vê-la pronta e acabada em poucos minutos. É sempre assim: brota repentinamente uma frase qualquer e tudo acontece sem controle. Nunca sei quantos versos terá, nem como vai terminar.
Isto é muito excitante. Já a prosa sempre me deixa um pouco insegura quanto à exata transmissão do conteúdo. Fica sempre a pergunta: será que me fiz entender?

12)Deixe uma mensagem .

Nós, os humanos, precisamos nos convencer de que somos apenas súditos da natureza. Observemos as plantas e os animais. Eles, sim, são nossos mestres e senhores.

Clevane, muito obrigada por prestigiar-me também com esta entrevista. Sinto muito respeito e admiração pelo seu talento e pelo trabalho que realiza.

Abaixo,uma reportagem sobre Sandra Fayad, em neliaf.multiply.com/journal/item/914/Sandra_a... :




Sandra, a jardineira fiel
Sep 27, '07 7:31 AM
for everyone
O alecrim-do-campo serve para combater reumatismo, bronquite e má digestão. A tensão e o estresse podem se resumir à lembrança de um mal-estar natural do dia-a-dia, se você tomar um chá de folhas ou flores de alfazema. A cânfora, a losna e o poejo podem ser úteis na hora de melhorar a respiração, espantar cólicas e vermes ou enfrentar uma gripe ou forte resfriado com menos desconforto. Receitas das avós, tradição de cura pelas plantas ou estratégia caseira de ter à mão uma boa variedade de opções. Não importa, o que interessa à poeta e economista Sandra Fayad é cultivar uma velha paixão: fazer brotar no quintal, na chácara ou no jardim canteiros de plantas medicinais, aromáticas ou de valor simplesmente estético.

A natureza sempre em primeiro lugar. Fruteiras, roseirais ou um belo e rico ervanário para atender à família e aos vizinhos, isso é o que toca o espírito de Sandra. Atender não somente vizinhos e conhecidos, mas também aqueles que se interessam pelo tema e procuram aderir à antiga e necessária arte de plantar e colher. Quem passa na frente de sua horta comunitária, plantada na calçada da 713 Norte, nos fundos de sua casa, não resiste e pára por uns segundos, minutos, dependendo de quem passa e pára. A maioria deseja conhecer a jardineira e seus canteiros de ervas. Saber o que é aquilo, em plena passagem pública.

Horta comunitária
Tudo começou quando ela perdeu a chácara que tinha no Lago Oeste — teve de vendê-la por motivos familiares em 2005. Na época, Sandra achou que ficaria de vez sem suas 60 espécies de ervas medicinais. Mal sabia ela que, menos de um ano depois, teria uma horta comunitária na sua calçada. “Desde que reformamos a casa eu paquerava esse espaço. Mas só em agosto de 2006 que papai capinou esta área que seria um jardim para que eu plantasse as minhas ervas”, lembra Sandra.

Pouco mais de um ano depois, o local mudou. A neta de Sandra, Mariana, 18 anos, participou de tudo desde o comecinho. “Primeiro achei que era loucura invadir assim o jardim da calçada, mas hoje vejo como foi legal a iniciativa dela, as pessoas gostam mesmo”, diz a estudante de enfermagem. Com boa vontade e ajuda de muita gente, hoje a Horta Comunitária da 713 Norte exibe 32 espécies cultivadas em seus apenas 36 metros quadrados, entre elas salsa, coentro, tomilho, almeirão, cebolinha e erva-cidreira. Outras consideradas nobres também crescem na horta: alfazema, capuchinha, cânfora e manjericão.

Para algumas plantas, Sandra compôs poesias e pendurou os textos no meio do jardim, dentro de garrafas de plástico recicladas. A mangueira, que dá a sombra e proteção para a horta, ganhou um poema especial: Mãe mangueira (…)/ Alma verde me acenando da janela/ Ninho de pombos, imigrados do inverneiro/ Grandiosa, porém discreta, singela/ (…).

E a mangueira tão querida também ganhou um mimo: Sandra arrumou uma cerca e uma rede para servir de aparador para os frutos. Fica enrolada em uma estrutura de bambu e na época que a árvore está carregada, a cerca é esticada, paralela ao chão, a quase 2m de altura. “Como as mangas estão muito no alto, elas amadurecem, caem e se esborracham no chão. Agora resolvemos o problema com esta cerca”.

O local, cercado por bambus, é visitado diariamente por moradores e transeuntes. “Qualquer pessoa pode plantar ou colher, desde que seja com carinho”, diz Sandra. Enfeitam o ambiente pequenas estatuetas de duendes. “É para agradar aos esotéricos. E as crianças adoram”, justifica a moradora. Para completar o projeto, vem a parte da reciclagem. Sandra usa garrafas pet para ajudar na irrigação e umidade do solo e também para pendurar seus poemas. Sim, ela escreve poemas para as ervas que ali crescem. E todos os outros textos que já escreveu louvando a natureza estão publicados na Internet, no endereço: www.sandrafayad.prosaeverso.net

Canteiro de amizades
Foi só a aposentada começar a plantar para receber o apoio dos vizinhos e transeuntes. Alguns doaram vasos de plástico, adubo, mudas e sementes. Outros trouxeram potes e até alpiste para os pássaros. E ainda teve gente que pôs a mão na massa, como Israel Angelo Pereira, que trabalha quase em frente à horta como coordenador de projetos do Açougue T-Bone. Ajudou Sandra na construção da estrutura da cerca que protege a horta.

O sucesso foi tanto que Sandra arrumou um canal para melhorar a comunicação com o público. Deixou uma pequena urna improvisada em um potinho de plástico ao lado da horta. Dentro dela, papéis e canetas. Mais de 20 pessoas já responderam. Elogiam. Agradecem. Perguntam. E contribuem. “Conheci gente da quadra que nunca tinha visto antes”, alegra-se a aposentada. Uma dessas virou amiga do peito. É a gaúcha de Porto Alegre Leoni Pasinato dal Pozzo. Mora na 712 Norte. “Fui atraída pela horta, já cultivava umas mudinhas no meu apartamento e resolvi vir aqui para doá-las”, observa. Isso foi em março deste ano. Hoje, seis meses depois, Sandra e Leoni se tornaram amigas de todas as horas.

Na horta de Sandra aprende-se também sobre a funcionalidade medicinal das plantas. Por exemplo, as folhas de eucalipto podem render chá para combater febre e dores reumáticas. Já as sementes de funcho podem ser eficazes para a falta de leite materno ou no combate a gases e cólicas. Para Sandra, as plantas são uma riqueza pouco explorada. “Somos aqui súditos da natureza, mas não a conhecemos direito”, ressalta.


(Entrevista publicada originalmente no sitew da T-Bone(Brasília), em minha coluna.

Clevane

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