quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Ricardo Evangelista e Sueli Silva-Sarau Tropeiro
“POETAS QUAE SERA TAMEN” – EM MONTEVIDÉO:Ricardo Evangelista, Sueli Silva e eu (*)
POR CLEVANE PESSOAL ( Escritora, poeta, jornalista e psicóloga )
O espetáculo musical-poético "Poetas Quae Sera tamen" tem a característica de mostrar algumas raízes da mineiridade, em especial a complexidade cultural do tropeirismo, o que, por analogia, o autor denomina "Tropeirismo Cultural".
Trata-se da conjugação de duas pessoas: Ricardo Evangelista, sociólogo e pesquisador, poeta coordenador do Sarau do Centro de Cultura Lagoa do Nado, pólo que já angariou respeito por sua ampla movimentação cultural e Sueli Silva, compositora e arranjadora, cantora, que o acompanha ao violão, musica seus versos.
"Poetas Quae Sera Tamen " mostra causos, fala caipira, cantigas e também a forte poética social do autor, que também se faz acompanhar por sua percussão .Leva alegria e faz refletir com seu contexto contundente.
A finalidade expressa, além da transmissão da beleza poética e da musicalidade em si é levar Minas Gerais ao alcance de todos..O mais recente sucesso do show foi no VIII Encontro Cultural aBrace, em Montevidéu Uruguai, onde Ricardo e Sueli se apresentaram, com uma participação de Clevane Pessoa de Araújo Lopes, representante do MC Abrace em Belo Horizonte,sensibilizando profundamente autores de todas as partes do Mundo, em especial da América Latina´.
Entrevista Concedida á Clevane Pessoa, com Sueli Silva (SS) e Ricardo Evangelista (RE), sobre FESTIVAL DA CANÇÃO DE CURVELO, A MÚSICA TAPA NO CAPETA, MONTEVIDÉO E ETC.
1)Como receberam a notícia da seleção no III FESTIVAL DA CANÇÃO DE CURVELO?
Resp.:RE:
Nós recebemos um telegrama da organização do III FESTIVAL DA CANÇÃO DE CURVELO MOSTRA TALENTOS, comunicando a classificação da música "TAPA NO CAPETA", composta por mim e Sueli, para as disputas do dia 13 e 14/04. Caso nos classifiquemos, iremos defendê-la na final de domingo, 15/04 às 20:30 horas , na praça Central do Brasil, em Curvelo/MG.
2)Vcs costumam compor juntos? Ser um casal facilita ou dificulta a criação, no caso de vcs?
Resp.RE
Sim. Ultimamente com muita constância, devido aos nossos projetos atuais de fusão entre a poesia e a música. Pesquisa que fazemos juntos a pelo menos três anos. Facilita por um lado, pois estamos sempre juntos em casa, principalmente no período da noite e nos finais de semana. Às vezes dificulta por causa das discordâncias, mas embora entremos em conflitos estéticos, acabamos nos entendendo bem dentro e fora da arte.
3)Como surgiu a idéia do "Tapa no Capeta"?
Resp.:RE
O "Tapa no Capeta" tem uma história interessantíssima e bonita. Tudo começou com um sonho de Sueli. No sonho ela ouvia sua avó cantar "EU DEI UM TAPA NA CABEÇA DO CAPETA/ QUANDO A COISA FICOU PRETA/ EU COMECEI FOI A REZAR". Segundo Sueli, ela via sempre a avó cantar essa cantiga, quando ela era menina, ainda lá pras bandas de Arcos/MG. Depois descobrimos que este verso era de domínio público, também cantado pelos capoeiristas. Ela resolveu compor a música e eu fiz as demais estrofes. Foi uma parceria mesmo. Depois de experimentar a música de vários modos, surgiu a idéia de fazer um baião contemporâneo. A coisa é caótica mesmo, não linear. Então entrou na história o pai de Sueli o violeiro e sanfoneiro, contador de causos, Seu Juca. Ele contou-nos uma pequena história de sua infância que remete aos tempos da quaresma. Inclusive foi quando Grace e o cantador Alexandre Ribeiro foram conosco para o sítio do “Juca”, lá em Arcos. Sempre ficávamos proseando à noite em volta do fogão à lenha. Então, Seu Juca nos brindou com uma pequena anedota que lembrava os tempos remotos de quaresma na roça. Achamos maravilhosa a história e resolvemos colocá-la na introdução da música, pois tinha tudo a ver. Engraçado por que eu tenho um poema do meu primeiro livro que fala dessas coisas boas mineiras que é conversar, tomar umas “pinguinhas”, tocar uma viola ao calor do fogão à lenha e das saudades. Depois chamamos o Daniel Carlos, violonista, menino novo, mas muito sério e competente e ele fez junto com Sueli um novo arranjo, com o qual enviamos ao festival da canção de Curvelo. Agora temos uma bela canção que vem repleta desse imaginário de Minas e que irá compor o primeiro trabalho do duo “Ricardo e Sueli ( CD – POETAS QUAE SERA TAMEN , a ser lançado em julho dentro do Belô Poético ). Portanto, acho que esta criação ( TAPA NO CAPETA ), tem a força da coisas ligadas a ancestralidade, ao sonho e à poesia e tudo aquilo que tece o lirismo. Marca registrada do artista popular brasileiro.
4)Qdo vc começou a se ligar em música, poesia, etc ?
Resp.:RE
O primeiro impacto foi ver meu padrinho ( que me batizou com o nome de Ricardo ), tocar violão nas festas de domingo em minha casa . O apelido dele era Chiquinho. Sujeito elegante, boêmio, seresteiro. Gostava de caipirnha, feijoada, seresta e gostava de reunir a meninada, naqueles almoços de domingo e por tabela, mostrar as cantigas lindas da música popular. E era Pixinguinha, Noel, cerveja, Assis Valente, futebol, Chico Alves, caipirinha, Martinho da Vila, jogo de buraco e tantos outras delícias nacionais. Vivíamos os difíceis anos de chumbo dos anos 70, mas a meninada nem fazia idéia. Lembro-me ainda dele tocando "urubu malandro", de Pixinguinha. Isso era, isso foi inesquecível! Jamais o esqueci. Eu sempre gostei muito das letras criativas da música popular brasileira. Antes o que tocava no rádio era música de excelente qualidade de letra. Hoje o que se toca nas rádios, virou um esculacho pros ouvidos mais exigentes. O Chiquinho, como era chamado, já se foi. Morreu quando eu era criança ainda, mas sua presença alegre, seu carisma, deixou marcas indeléveis na minha sensibilidade e admiração pela música popular. De lá pra cá venho ouvindo muita música brasileira, aprendendo sobre cultura brasileira e fazendo poesia. Embora seja poeta e poesia tenha sua peculiaridade a música sempre esteve presente no cotidiano da minha vida.
Resp.;SS.
Comecei a gostar de violão vendo o pai tocar. O afamado “Seu Juca de Arcos” Ele era violonista, sanfoneiro, cavaquinista e tinha uma dupla com meu tio. Tocava com ele nos bailes da roça, nas festas religiosas, nas grandes fazendas, nos casamentos e em todo lugar onde eram chamados. Então me interessei pelo toque do violão. Só que meu pai não tinha método para ensinar. Ele também aprendeu de ouvido. Era, e é até hoje todo Instintivo para música. Depois, comecei a frequentar a bandinha do Sô Bené, lá em Arcos. Além de não ter instrumento eu não conseguia carregar o violão, pois era muito pequena, embora fosse corajosa e independente. Foi por pouco tempo que freqüentei a famosa bandinha do Sô Bené. E acabei por me empolgar com o clarinete. Por que o violão era grande demais, como havia dito. Mas o clarinete não vingou, eu gostava mesmo era das cordas. Dei um tempo para a “bandinha do Seu Bené “ passei a pegar o violão velho e quebrado do meu pai, quando ele não estava em casa, lógico. Até a sanfona eu tentei. Mas também era grande demais, esforço em vão. No interior a gente freqüenta muita igreja, Minha mãe é muito religiosa até hoje. E foi lá na igreja que vi uma pessoa chamada “Vanessa”, tocando belamente um piano. Fiquei seduzida e admirada. Perguntei a ela o era aquilo que se fazia no instrumento. Ela paciente, respondeu-me que era as tais “notas” musicais. Pedi que me mostrasse. Ela me respondeu que fosse a casa dela para que me ensinasse. Chegando lá, ela me presenteou com um caderno e um lápis. Pediu-me para que cantasse pra ela alguma música que eu gostasse. Enchi o peito e comecei “Belo pra mim é criança brincar, é ouvir mil canções numa concha de mar...”. Depois ela surpeendentemente buscou um violão e colocou no meu colo. Fiquei arrepiada de emoção. Ensinou-me a segurar o violão, quais eram as cordas, e daí as notas. Freqüentei poucas aulas, pois lá em casa a gente começou a trabalhar já desde menina na casa dos outros. Vida dura! Foi o suficiente, daí em diante eu pegava de ouvido as músicas e as tocava no violão velho de meu pai. Coitado dos ouvidos da família de 10 irmãos... Todo dia era “Penas do Tié “, no ouvido da turma, durante 01 ano, sem cessar. Mas acho que valeu e vale a pena.
5)Acham que lograrão sucesso em sua apresentação?
Resp.:RE,SS
Já nos sentimos grandes vencedores. E se derem brecha a gente busca o prêmio. Nós não estamos de bobeira e temos uma paixão sincera pelo que nós fazemos.
6)No Uruguai, recentemente, vcs se apresentaram com “Poetas quae sera Tamen”. Como foi o feed back de pessoas que os assistiram , a maioria em outra idioma?Acreditam que a Música e a poesia são Linguagens Universais?
Resp.:RE,SS
A emoção humana, a sensibilidade é capaz de superar grandes diferenças de língua, de cultura. Foi inesquecível ver pessoas de outros países se emocionarem com nossa poesia, nossa canção popular e a arte advinda dos Gerais.
7)Quais os elementos facilitadores e os dificultadores dessa ida a Montevidéu, para o VIII ENc ABRACE Internacional?
Resp.:RE,SS
Como sempre o tal do financiamento ( “money” ) é a questão mais complicada. O MINC ( Ministério da Cultura/ programa de intercãmbio) bancou as passagens de avião da gente e nós financiamos do próprio bolso o restante das despesas. Como sempre a burocracia demorou um pouco pra liberar o dinheiro e acabamos chegando quase no meio do encontro. São os trâmites burocráticos... Você deve saber como é!. Lá tudo foi novidade e nossa simplicidade e também uma certa semelhança entre a língua portuguesa a e o espanhol, junto com a cortesia dos uruguaios, facilitaram a aventura em terras estrangeiras.
8)Qual foi o melhor momento nessa viagem?
Resp.:RE,SS
Tudo foi importante. Desde o contado com outra língua, assim como o raciocinar com outra moeda, outra lógica de ver o mundo é sempre desafiante. E nós gostamos dos desafios. Acaba por ser inevitável fazermos comparações, observar as virtudes e as limitações nossas. O Uruguai é um país pequeno e por isso, talvez os problemas sejam bem menores em relação aos problemas sociais do Brasil de estatura continental. Mas é sempre bom, nos enriquece como seres humanos, desvelamos belezas e riquezas que às vezes damos pouca importância em nosso país. O feijão afogado no alho, por exemplo, lá não vi, ou pelo menos não encontramos. Como ficamos com saudade do feijão mineiro da mamãe. Acredito que nós voltamos mais brasileiros e mineiríssimos.
9)Qual foi a receptividade do uruguaio e dos outros países ali representados aos músicos e à Poesia brasileira?
Resp.:RE
O povo Uruguai me pareceu bem receptivo. Fiquei impressionado o quanto somos queridos pelos outros povos. E não era nada forçado. As pessoas nos elogiavam gratuitamente. O brasileiro é mesmo diferente e carismático e isso é uma virtude nossa que devemos aproveitar com sabedoria. Levar nossa arte pro mundo afora, valorizar nossa língua e etc. Constatei também que devemos sair mais de nossa “aldeia” e conhecermos outros países, outras línguas, nos comunicarmos com o mundo e levar a cultua e a arte brasileira, pois ela é a nossa grande riqueza. Não tenho dúvida! Tomara que os governos de todas as esferas se alertem para essas questões de intercâmbio e integração cultural latina.
10)Quais as suas principais atividades naquela capital?
Resp.:RE e SS
Além de apresentarmos o espetáculo musical-poético “POETAS QUAE SERA TAMEN”, lançamos o livro “Embornal de Sons”, e Clevane lançou seu “Mulheres de água...” e visitamos bibliotecas, doamos livros, trocamos livros com livreiros, fizemos amizades, experimentamos a “parrilhada”, o churrasco dos uruguaios. Fizemos uma visita maravilhosa ao Instituto Brasil-Uruguai ( ICUB ), onde fomos muito bem recebidos pela Sra. Deolinda, gaúcha séria e simpática, onde também doamos livros, cds de poesia e cartazes-poemas. Fomos verdadeiros “embaixadores culturais”. Acredito que representamos com dignidade nosso país e valorizamos o dinheiro do povo que financiou parte da viagem até Montevidéo. Alías, não fizemos mais do que nossa obrigação.
(Entrevista em 2007)
Blog do Sarau Tropeiro:http://www.sarautropeiro.com/entrevista.htm
Ricardo e Sueli vivem em belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil- e ele é o organizador dos saraus de Poesia da Lagoa do Nado (Centro Cultural).
(*) Clevane Pessoa de Araujo Lopes
Diretora Regional do InBRasCi em Belo Horizonte MG
Representante do Movimento Cultural aBrace em Belo Horizonte, MG
***
As fotos são do casal são da mostra "Primavera Ambivalente", de Neuza Ladeira, em 21 de setembro, no Restaurante Cozinha de Minas, quando se apresentaram.Creditos das fotos:Clevane Pessoa,
A mostra de Neuza Ladeira, no Cozinha de Minas, foi produzida pela jornalista Brenda Mars.
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quinta-feira, 11 de setembro de 2008
João Evangelista
Encontro, em Paragon, essa entrevista com o poeta e fotógrafo, jornalista e compositor João Evangelista:
João Evangelista Rodrigues, 55, nasceu em Arcos (MG), na cabeceira do Rio São Francisco. Jornalista, escritor, compositor, fotógrafo e poeta. Autor de livros como "O Avesso da Pedra",( 1981) "Mutação dos Barcos" ,( 1989) " A Oeste das Letras" ( 1999) e "Transversias", ( 2003), folhetos de cordel, tendo , ainda, participado de várias antologias. Como compositor, é parceiro de Paulinho Pedra Azul, Téo Azevedo,Gilvan de Oliveira, Pereira da Viola, Joaci Ornelas, ZÉ Neto, Cid Ornellas, Rubinho do Vale, Zé Baliza , entre outros; Formado em Filosofia e Jornalismo . Foi diretor da Casa do Jornalista , Diretor Secretário Geral do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais e Superintendente de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais. Atua como agente cultural, com particular interesse pela cultura popular. Atualmente é professor de Legislação e Ética em Jornalismo na PUC Minas Arcos, na qual exerce o cargo de Coordenador do Curso de Jornalismo e Gestão da Comunicação Integrada.
Este texto é da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE, com uma pequena adaptação.
Clevane entrevista João Evangelista Rodrigues:
1)QUANDO A POESIA ENTROU EM SUA VIDA?E A FOTOGRAFIA?
Bem, a primeira vez que senti vontade de escrever um poema, tinha 14 anos. Mas a poesia mesmo, acho que esta me acordou bem mais cedo com o cantar dos galos e o cnato dos pássaros. Nasci na roça , em uma pequena fazenda dp interior de Minas. Aprendi bem cedo a liberdade do rio e do vento. Foi assim que resisti a todas as tentativas de domesticação, não deixei me metrificar nem pela escola , nem pela família nem pelas outras formas de condicionamen to. Depois voltei a escrever aos 18 anos e , daí para frente, nunca mais parei. Vida e poesia andam juntas em mim, em cada coisas que faço e penso, mesmo quando, aparetemente, não estou pensando nela ou a ela me dedicando.Poesia é uma forma de ser.Uma visão de mundo. Forma de sentir e de se manifestar verbo-voco-visual. É solidariedade e comunhão com os seres, pessoas e todas as coisas do planeta.Do cosmos. Já a fotografia, esta veio mais tarde, com a quase cegueira eo desejo de pegar as formas, as cores de maneira mais concreta. Foi a corporificação das imagens poéticas. Da poesia para a fotografia só tive de aprender a manejar o equipamento.Tudo são maneiras de escritas.De mergulhar no mundo e revelar seus contornos e abismos mais sutis.
2)SENDO COORDENADOR DO CURSO DE COMUNICAÇÃO DA PUC DE ARCOS MG, COMO VC CONCILIA AS ATIVIDADES ARTÍSTICO LITERÁRIAS (FATOR TEMPO) À PRIMEIRA?
Acho que se dependesse de tempo e de conciliações , a poesia já teria me abandonado.Sou péssimo amante, um namorado afobado com as atribulações e caprichos do mundo. Mas descobri que a poesia me amava e , desde então, procuro me dedicar a ela sempre que posso.Nos intervalos.Acho mesmo que a a vida que vale a pena é vivida nos intervalos, nos vieses, nos estreitos dos dias da existência curta e demorada que a vida assim tão tragicamente transitória.Fotografo a poesia.
Diria que procuro fazer de cada poema uma foto e de cada foto um poema.Pelo menos é o que tenho tentado fazer.
É esta luta que me tem mantido vivo.
3)DENTRE SEUS LIVROS HÁ ALGUM ESPECIAL?
Talvez o que escreverei algum dia. De verdade mesmo, gosto de todos, cada um a seu tempo, a seu modo, por razões as mais diversas. É através de um que chego ao outro. Penso , como Jorge Luis Borges, só exista um livro , todos os demais são formas especulares, simulacros, sobras em espelho embaçado. São os livros que conseguimos realizar, por isso, acho importante amá-los , mesmo imperfeitos.
E AGORA,(APENAS SE QUISER FALAR DESSA CIRCUNSTÂNCIA, OK?)O QUE TEM SIGNIFICADO PARA VOCÊ TER PROBLEMAS DE VISÃO E DEDICAR-SE TÃO BRILHANTEMENTE ÀS CHAMADAS DE SUAS VOCAÇÕES(MÚSICA, TEATRO, LITERATURA, FOTOGRAFIA?)NO MUNDO ATUAL, ALGUNS FOTÓGRAFOS VÊM REALIZANDO TRABALHOS INCRÍVEIS, APESAR DA DV(*).VOCÊ TEM ACOMPANHADO ESSA TRAJETÓRIA?
Passado o susto inicial e o período de adapatação levo uma vida normal. Até gosto de ver as coisas distorcidas, meio incompletas.Afinal é assim mesmo o conhecimento humano. Aprendi muito com a promessa de cegueira- tinha trinta anos e estava concluindo o curso deJornalismo na PUC Minas e já havia feito o curso de Filosofia : descobri que era limitado e que precisava conviver com esses limites. Depois foi me acostumando com as noramas formas de ver e de agir , de esgueirar-me por entre as quinquilharias do mundo.As burocracias e os meandros dos podres poderes são mais tortuosos e traiçoeiros. Recebi muita solidarieade de amigos e, com isso, nem no dia que foii ao oculista e que fiz a sirugira deixei de escrever.Comecei a ir m ais ao teatro, às palestras, às apresentações muisicais.A conversar mais com as pessoas. Descobri as formas das coisas, passei a me deter mais nas formas, nas cores, na textura.Descobri, enfim, que tinha ouvidos, olhos , tato e paladar.
Mais tarde descobri Jorge Luis Borges, Milton.Reparei que vários escritores importantes eram ou ficaram cegos e , portanto, resolvi que a vista não seria o problema.O problema mesmo era a escritura. O texto.
Resisti ao computador um pouco como quase todos de minha geração depois descobri nele enermes possibilidades. Assim, vi nele um aliado. Leio muito todos os dias.Se a letra for pequena amplio tanto na tela do monitor quanto no papel através de xerox.Às vezes tiro xerox do livro inteiro.Compro , tiro xerox ampliado e leio.Adeus direitos autorais, mas , pelo menos neste caso , a razão é justa.,
Não ´é por acaso que existem vários verbos para designar os atos da visão: ver, enxergar, intuir e olhar. Quer souber ler que leia.Tenho acompanhado sim e acho legal que as pessoas se mostrem como são e não se envergonhem e não se excluam por si mesmas. Precisamos mesmo abrir as janelas todas da alma e ver de corpo inteiro a corporificação transfiguradora e tranasfigurada de tudo que nos rodeia.
É preciso esclarecer, entretanto, que , atualmente, minha visão pouco me atrapalha.Só mesmo se as letras forem muito pequenas ou condensadas, como adora as editoras ávidas por lucro .No mais faço de tudo ando de bicicleta- e muito – jogo , nado e corro . Cobro às vezes das pessoas arrogantes e auto-suficientes, daquelas que, por vários motivos, se consideram muito normais.
Um grande abraço.
João Evangelista Rodrigues
(JOAO,ESSA ÚLTIMA PERGUNTA,RESPONDA APENAS SE O DESEJAR, POIS SEI QUE A DV NADA SIGNIFICA EM RELAÇÃO À EXCELÊNCIA DE SUA OBRA)...
UM ABRAÇO CORDIFRATERNO, DA CLEVANE
(*)DV:Deficiência visual
clevane pessoa de araújo lopes
Publicado no Recanto das Letras em 12/10/2005
Código do texto: T58925
* Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autor e o link para o site "www.sitedoautor.net (Clevane pessoa de araújo lopes); (www.clevanepessoa.net/blog.php). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
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domingo, 29 de junho de 2008
Helenice Reis Rocha, Poeta e Musicista
Imagem:Helenice Reis Rocha, Poeta e Musicista, formação em Letras na UFMG, fotografada por Marco Llobus, em sua dela,quando foi entrevistada por nós para o livro-Álbum POIETISAS, projeto aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, MG .
Marco e eu fotografamos um ao outro para registrar o trabalho.
Nome :Helenice Maria Reis Rocha
Meus Pais:Aluísio Rocha e Ondina Dos Reis Rocha
Nacionalidade:Brasileira
Formação:Mestre em Letras com Área de Concentração em Poéticas da
Modernidade pela UFMG e Especialista em Música com Área de em Educação
Musical pela UFMG
Clevane:Em sua vida,é mais fácil ser poeta ou musicista?
HRR:A linguagem musical é mais fácil para mim porque a convenção desta
linguagem é muito lúdica O signo verbal exige um nível de reflexão
muitas vezes angustianteA produção de sentidos em qualquer língua
escrita exige um nível de engajamento que tensiona a mente Na
experiência musical dá-se o contrário Relacionar-me mentalmente com
sons e rítmos me transporta para um espaço psíquico de total
relaxamento,bem alfa,que me retroalimenta para a vida Gostaria de
transmitir esta experiência como educadora,levar as pessoas que gostem
de música a vivenciar a linguagem musical criando e saindo um pouco
deste nosso mundo conturbado para uma dimensão de silêncio,já que a
vivência do som é mental(como na leitura silenciosa) e de harmonia
2-Quais as bases da sua formação de musicista?
Desde muito cedo(três,quatro anos de idade) ouvia tocarTrabalhei,um
pouco mais tarde(dos dez aos trinta anos) todas as noites como
assistente dele que era concertista de experiência
internacionalOuvi,trabalhando,quase todo o leste europeu(Bella
Bártok.,Kuhlau,George Enesco,Stravinsky,Kachaturian....) Além de
Bach,tenho aqui em casa todas as transcrições de papai de violino para
harmônica(gaita) Além de Villa Lobos e Radamés,que dedicou dois
concertos para papai Fui muito musicalizada também por minha mãe que é
cantora amadora e cantou lindamente durante toda a vida,toda a tradição
oral brasileira Tudo o que estudei no Mestrado(trabalhei com a tradição
oral)já tinha ouvido minha mãe cantarAgora,com a Especialização,posso
uir os ventos do Leste e as canções de nossa tradição popular,de
lavadeiras,dos africanos,indígenas, enfim,tudo o que soa e que tem
rítmo.Estudei Acordeon(Dos sete aos dez anos e violão clássico com
Nelson Piló( Assistente do Radamés e do Villa) e com Walter
Alvez,durante toda a adolescência até uns vinte e sete anos
CPAL:3- A partir de que momento sentiu-se Poeta?
HRR: No meio do meu Mestrado
estava trabalhando com Raul Bopp( Minha dissertação é:Sinais de
Oralidade:A transfiguração da Voz em Cobra Norato) Estudava o dia
inteiro e,no meio da noite,começava a escrever,sem parar,e sentia-me
leve,livre,meio fora do mundo dentro dele Mas comecei a fazer poesia
com nove anos Escrevia para as professoras do colégio,no quadro
negro,elas se reuniam na sala de aula,no recreio,e liam comigo a poesia
que ia fluindo para o quadro.
Clevane: 4-Pertence a alguma academia ou agremiação? De que forma a literatura
entra na sua vida?
HRR:Prestei vários serviços em Congressos
da ABRALIC(Associação Brasileira de Literatura Comparada)com
participações em Congressos Internacionais e respectivas publicações
Estou afastada desde o ano passado e este ano também não participei de
nada mas tenho todas as minhas publicações aqui em casa Publiquei
também no CESP (Centro de Estudos Portugueses da UFMG) e na revista EM
Tese .Guardei estas publicações
CPAL:5-Escreve em qualquer momento ou necessita de algo especial ? E para
compor?
HRR: Sempre que escrevo ou componho estou em estado de paixão Pela
vida,pelas pessoas,por tudo Sou uma pessoa em estado de paixãoAcordo
todo o dia com um nascer do sol de arrepiar aqui neste apartamento e
digo para mim mesmo,amo,a tudo e a todos
6-Comente um pouco da sua experiência poética
(Seminários,dissertações,publicações,viagens)Trabalhei com Raul Bopp na
minha dissertação,um livro chamado Cobra Norato e li para dar conta
deste trabalho,muitos mitos serpentários,que são mitos que dizem
respeito a toda a relação ética que o homem indígena estabelece entre
natureza e sobrevivência Este poema,Cobra Norato,foi considerado o nono
poema mais bonito do mundo mas questionei o tempo todo os modos de
apropriação de uma cultura letrada(no caso o modernismo) em relação com
a cultura indìgena no sentido de explicitar os conflitos advindos deste
intercurso e o sentido destes conflitos na configuração de um fato
literário que reuniu muitas diferenças sérias e dramáticas no bojo de
seu projetoViagei para o rio com a ABRALIC apresentando Guimarães Rosa
com um trabalho sobre a dimensão tautológica da linguagem do Rosa no
que esta dimensão tem de reprodução da logica de um discurso hegemônico
Um dos trabalho se intitula As Veredas da Palavra:Uma Tautologia do
Sertão No Rio Grande do Sul,apresentei e publiquei um trabalho sobre os
modos de apropriação e retradução que os cordelistas fazem do fabulário
europeu....tenho comigo estes trabalhos e estão nos Anais da ABRALIC
Clevane:7-Trace sua visão de estilo tanto para a Músico como para a
Poesia.
Helenice:Acredito que estilo tanto para o poeta como para o músico é
aquele traço de linguagem que o torna inconfundível e singular
Diferente de todos os outros Marcado por uma auto referencialidade que
o distingue como traço.
8-No momento dedica-se a escrever algo?O que?Algum projeto?
Helenice Rreis Rocha:Componho
todo dia .Sou refém da Composição .A música livra a minha cara inclusive
de pirar porque é uma linguagem que exige ao mesmo tempo disciplina e
levezaQuando comecei o adágio que você me motivou (*),fui transportada para
a sua leveza,a leveza do seu nome,da sua alma .Isto me salva Penso em
todas as pessoas que são ícones de coragem e diginidade quando faço
música . Isto me salvaProjeto? Escrever um manualzinho de Harmonia Musical
para Crianças.
Clevane Pesoa:9-Quais as pessoas ,em sua família e fora dela que a influenciaram ou
incentivaram?Alguém tentou desestimulá-la?
HRR:Ninguém na minha família
entendeu muito nossas vidas Trabalhávamos mais de quinze horas por
dia,papai e eu,e ele saia para tocar(Estados Unidos,Europa...)A minha
casa ficava cheia de músicos amigos dele por algum tempo e a gente
trabalhava quando não tinha ninguém Ninguém tinha nem condição de
estimular ou desestimular Acho que não dava para os parentes nem
decodificarem
(*) Helenice presenteou-me com um adágio, ao qual intitulou "CLEVANEIOS",pelo que sou-lhe muito gata.Fiquei encantada
Ver mais sobre Helenice Reis Rocha em http://poietisa.blogspot.com
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Poeta e Musicista
sábado, 24 de maio de 2008
Segunda entrevista com Andreia Donadon
Sábado, 24 de Maio de 2008
Andreia Donadon-Segunda Entrevista
Fotos>Tela de Deia Leal
Em Mariana, com a Professora Conceição, Gabriel Bicalho e J.S.Ferreira, Andréia mostra a produção de telas sobre anjos, feitas pelas crianças, após a mostra de suas pps telas.Esse momento foi parte do projeto que levou o haicai aos pequeninos e mesmo aos seus professores e pais.(veja entrevista abaixo)
Andréia:
Simplemente e*s*p*e*t*a*c*u*l*a*R.
Amei a profundidade de suas respostas-não me surpreende, repito sempre, Andréia, dada a sua singularidade e o moto continuum de sua PalavrARTE.
Vou publicar e divulgar .
Continue...S*E*N*D*O!
Adorei as fotos.
Bom final de semana em Santa Bárbara ( a que enfrentava os trovões e as potestades).
Abrs:
Clevane
2008/5/23 andreia leal :
From: andreia leal
To: CLEVANE Pessoa , clevane pessoa dearaújolopes
Date: Fri, 23 May 2008 23:23:48 -0300 (ART)
Subject: Lá vai a Entrevista - Clevane Pessoa entrevista Déia Leal (Andreia Donadon)
andreia donadon leal - déia leal
ENTREVISTA
1-Andréia é impressionante a sua produção e capacidade de divulgação. Atribui essa "rede" trocada à sua empatia com o Outro, ou apenas ao seu trabalho paciente?
A união de trabalho com empatia dá bons resultados, tanto na produção quanto na divulgação de cultura. Estes dois mecanismos contribuem tanto na produção e divulgação do trabalho. Apesar de estar nos comunicando através de uma máquina, quem está do outro lado, ou melhor, na frente da máquina é um ser humano. Quem fica no "Só vem a nós", acaba naufragando na teia do egocentrismo, fase da primeira infância. Acredito na articulação, união e parceria entre os meios que divulgam, promovem e produzem Cultura. Cultura é humanização. Nesta rede encontramos algumas pessoas que desejam divulgação apenas do SEU trabalho. Aí, vem o egocentrismo e o EU, EU e EU... Felizmente, neste emaranhado virtual tive até o presente momento, pouquíssimos "Só vem a nós".
Ao artista, escritor ou ativista cultural diria: "Você pode ser genial, bem-sucedido, criativo e ao mesmo tempo empático. Não custa nada e é indolor.".
2-A Primeira Exposição Internacional de Arte Aldravista foi um sucesso, quando acontecerá à segunda?
A 1ª Exposição Internacional de Arte Aldravista foi um sucesso, pois colocou diversas manifestações visuais produzidas por artistas contemporâneos de outros países ao alcance dos olhos marianenses, de escolares, passantes e pessoas de outras cidades mineiras que estiveram presentes ou participaram dos eventos promovidos pela ACVRA (Asociación Cultural Valentin Ruiz Aznar- Espanha) e Associação Aldrava Letras e Artes. Foi uma novidade também para Mariana. Ainda não está agendada a 2ª Exposição Internacional de Arte Aldravista, mas a mantemos hospedada em nosso site no endereço:
http://www.jornalaldrava.com.br/pag_expo_internacional.htm
E mantemos também uma Exposição On Line com obras de artistas internacionais e nacionais na Galeria do Jornal Aldrava Cultural em:
http://www.jornalaldrava.com.br/pag_galeria_2008.htm
3-O professor Antonio Gualda acaba de publicar um livro em nosso País, pode falar algumas palavras a respeito?
Infelizmente não tive acesso ao livro, mas estou curiosa, pois sei que a produção pictórica, literária e sinfônica do professor Antonio Gualda é instigante e valorosa.
4-O que significa, para você, ensinar Poesia a crianças alfabetizandas? É fácil ou difícil? Os aldravistas envolvidos no processo atuam igualmente ou cada um usa sua própria Metodologia? Qual o papel da professora?
O que significou para a escola selecionada pelo PROALFA um primeiro lugar?E para os Poetas do projeto?
Significa criar o gosto pela poesia desde o processo de alfabetização. A criança tem capacidade para viver poeticamente, independente de sua condição social e de seu conhecimento de mundo. O conhecimento da terminologia técnica é dispensável nas primeiras séries do ensino fundamental, sendo mais importante o exercício de dizer e ouvir poemas e de participar com o poeta na identificação do seu material poético. Poemas com onomatopéias, aliterações, compassos curtos, repetições de vocábulos e rimas são excelentes para alunos da série inicial de alfabetização. Ao repetir versos, aliterações e sonoridades, a criança realiza suas primeiras aproximações com a poesia. A primeira fase de seu contato com a poesia é a do domínio das sonoridades, neste aspecto o trabalho com poesia torna-se prazeroso, fácil para o professor e o aluno. Se o educador resolver trabalhar nas séries iniciais a teorização, tornará o trabalho desestimulante, cansativo, difícil, além de esconder o sentido mais belo da poesia. Para crianças menores, o melhor é lidar com textos poéticos que privilegiem a sensibilização e a vivência do texto. A lida com o texto poético deve começar desde cedo, para que esse gosto, uma vez instalado, seja passado para a adolescência e idade adulta. Os leitores iniciantes apreciam poemas como trava-língua, jogos de sons e palavras ou pelo elemento representado como animais, folclore, pessoas queridas, objetos inusitados.
Infelizmente, para muitas crianças, o primeiro e último contato com a poesia é na escola. Fica a cargo do professor a tarefa de criar o gosto pela poesia.
O significado do primeiro lugar no PROALFA pela E.E. Dom Benevides, região de Mariana em 2007 e 2008, demonstra o resultado de um trabalho bem-sucedido, realizado nos últimos anos com participação efetiva dos poetas do Jornal Aldrava Cultural, professores de universidade, graduanda do curso de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto e artistas plásticos diretamente com os alunos e professores. Esta parceria contribuiu para o aprimoramento das atividades de alfabetização. Para nós, poetas do Jornal Aldrava Cultural foi um dos grandes feitos: auxiliar educadores e crianças utilizando a poesia no processo de alfabetização e letramento.
5-Qual a receptividade dos pais e dos próprios alunos?A sutileza do haicai consegue ser compreendida e assimilada pelos mini-poetas?
A primeira impressão é a de espanto, pelos professores. A maioria não sabia o que era o haicai. Inicialmente tivemos que dar algumas palestras para professores e equipe pedagógica. Posteriormente, os educadores começaram sutilmente a leitura no final das aulas, de algum haicai e nome dos poetas, que muitos alunos conheciam, pois são da região. Alguns alunos ficaram intrigados com a leitura e no outro dia encontravam no quadro dois haicais colocados propositalmente. Alguns pais foram à escola e realizaram pesquisas sobre o assunto. A novidade instiga. Apesar do estranhamento, os alunos e pais gostam de aprender. Neste sentido, o início do caminho com ensino da poesia sintética movimentou o espaço escolar e a comunidade atendida pela escola. Os alunos que não dominavam a leitura até então, começaram a ler e produzir de forma LIVRE, acompanhando os três versos dos haicais. Não foi um trabalho fácil. Minha presença no espaço escolar, auxiliou no processo e na construção coletiva dos haicais nas séries iniciais. As visitas, experiências, observação e leitura viabilizaram e facilitaram a assimilação pelos mini-poetas.
6-Seu cargo de Governadora do InBrasCI em MG, nasceu de que propostas ou justificativas da Presidente? Gosta do que faz?Quais os atos mais prazerosos já acontecidos em sua Governadoria?
A presidente do InBrasCI (Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais), Drª Marilza de Castro, a Diretoria da Sede Nacional e o Chanceler do InBrasCI em Portugal, representação internacional, Dr. Édison Pereira de Almeida, pensaram inicialmente em uma pessoa de Mariana, por ser a primeira cidade de Minas. Estiveram pesquisando currículo e produção de algumas pessoas que pertencessem a um grupo cultural e ao mesmo tempo transitassem nas artes plásticas, literatura e que estivessem produzindo. Desta forma chegaram até mim. Tenho um amor incondicional pelo que faço. Transitei também pelo teatro, trabalhando com alunos de escolas municipais na direção e adaptação de peças teatrais como Auto de São Lourenço, Morte e Vida Severina, Shakespeare Apaixonado, A Bela Adormecida e outros peças no período de 1995 até meados de 2001. Saraus em asilos e cadeia pública de Santa Bárbara, etc.O InBrasCI produz reconhecimento e isto é prazeroso. Reconhecer uma senhora de 93 anos, moradora de uma cidade pequena, afastada dos grandes centros culturais, que produziu obras literárias foi um dos atos mais prazerosos e humanos acontecidos na Governadoria do InBrasCI em Minas Gerais.
7-Qual o staff do InBrasCI em MG?
Governadora: Andréia Donadon Leal (Déia Leal), Vice-Governador: Gabriel Bicalho. Secretário-Geral: Dr. J. B. Donadon-Leal. Diretor Financeiro: J.S. Ferreira
Diretorias Municipais
Ipatinga - Vale do Aço: Marília Siqueira Lacerda.
Belo Horizonte: Clevane Pessoa Araújo.
A Diretoria do InBrasCI-MG é composta por: um governador, um vice-governador, um diretor financeiro e um secretário-geral. Além destes cargos foi ampliada a criação de duas diretorias do InBrasCI em duas cidades mineiras: uma em Belo Horizonte e outra no Vale do Aço. A indicação foi realizada pela Diretoria do InBrasCI-MG.
A Governadora do InBrasCI-MG compete administrar o InBrasCI-Minas Gerais, convocar a realização de reuniões ordinárias e extraordinárias; indicar e destituir pessoas para a Diretoria de Departamentos do InBrasCI-Minas Gerais. O Vice-Governador: substituir a Governadora em suas faltas ou impedimentos, representar a Governadora em visitas ou ações sociais, colaborar na direção e execução de todas as atividades da Representação do InBrasCI em Minas Gerais. Ao Secretário-Geral: dar assistência à Governadora nas reuniões todas, providenciando para que sejam elaboradas as atas das reuniões e organizada a correspondência do InBrasCI-MG, recebida e expedida. Ao Diretor Financeiro: supervisão e execução dos assuntos atinentes à Tesouraria e à escrituração contábil, depositar, em estabelecimento bancário, todos os recursos financeiros do InBrasCI-Minas Gerais. As Diretorias Regionais do InBrasCI-Minas Gerais: selecionar, julgar e enviar matérias de relevância cultural produzidas em Minas Gerais para divulgação e conhecimento do InBrasCI-Minas Gerais; dar parecer sobre questões de suma relevância da Entidade e representar interesses do InBrasCI-Minas Gerais em sua cidade.
8-Quais as metas do InBrasCI?
O Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais (INBRASCI) é um órgão criado pela Academia Pan Americana de Letras e Confederação das Academias de Letras e Artes do Brasil - CONFALB - O InBrasCI é constituído de uma Sede que funciona no auditório da Confederação das Academias de Letras e Artes do Brasil no Rio de Janeiro, uma Chancelaria na Ilha da Madeira- Portugal, uma Governadoria no Estado de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás. A Governadoria do InBrasCI em Minas Gerais tem algumas metas a serem cumpridas ao longo dos anos que são: fazer reinar a PAZ no mundo através das Culturas e tradições dos povos, respeitando o Meio-Ambiente e os direitos e deveres de cada povo, cada nação e cada indivíduo. Integrar, entre si, as Culturas das cidades do Estado de Minas Gerais. Congregar pessoas e entidades, nacionais e estrangeiras, dedicadas à Cultura. Empenhar-se, pelos meios e recursos ao seu alcance, no sentido do cultivo, desenvolvimento e aprimoramento das Culturas brasileira e estrangeira: Letras e Artes em geral, inclusive populares. Manter intercâmbio com editoras, instituições e pessoas físicas ou jurídicas que possam colaborar para a realização e conquista dos objetivos da Governadoria do InBrasCI-Minas Gerais. Reconhecer pessoas ou entidades que tenham se destacado na produção e divulgação da Cultura Mineira no país e ou no estrangeiro. Promover, incentivar e apoiar, intercâmbios, conferências, palestras, exposições, cursos, concursos e eventos outros, sempre visando o aprimoramento das Culturas e sua divulgação nacional e no estrangeiro, de acordo com as normas do Instituto. As áreas e atuação da Governadoria do InBrasCI em Minas Gerais se destinam as atividades culturais variadas nas letras e arte em geral como: realização de simpósios e palestras, promoção de encontros e debates entre escritores, professores, jornalistas, críticos de literatura, artes em geral e interessados; criação de mecanismos e promoção de cursos livres de arte e literatura; realização de mostra e exposição de artes visuais, realização de saraus poéticos, musicais e concursos; colaboração na execução de programas culturais, de caráter público ou privado, desde que sejam do interesse da Governadoria do InBrasCI em Minas Gerais, que levará o nome da entidade, inclusive na internet.
9-Há uma Chancelaria na Ilha da Madeira, e o Chanceler é Edison Almeida.De que forma funciona, o intercâmbio Brasil/Portugal acontece pela internet?
O Intercâmbio acontece em inúmeras correspondências entre a Chancelaria, Sede Nacional e Governadoria pela internet. Nos anos ímpares o chanceler vem para o Brasil e no ano par a sede vai para Portugal, tornando este intercâmbio cultural real. Mantemos uma rede de articulação e informação sobre o que está sendo produzido em Portugal/Minas Gerai/Brasil.
10 -Seu novo livro, Cenário Noturno, será lançado oficialmente em junho, com performance da jornalista e fotógrafa, Poeta e baterista da Banda Caution, BRENDA MARQUES, Presidente da ONG Imersão Latina, que já se apresentou em Cuba, Chicago, Paris, e recentemente, em Buenos Aires.Sua tônica é a Poesia sonora, tema de sua dissertação de Mestrado.Você está curiosa em saber de que forma seus versos serão interpretadas em outra voz feminina?Deixou-a livre para criar ou pediu algo em especial?
Não pedi algo em especial e estou aguardando confirmação de data para o lançamento. Vou conversar com Brenda e deixar a bola com ela. Gostei muito de sua performance na apresentação da obra de Iara Vieira, poeta Sergipana de Aracaju, com O Coro da Serpente. Ela vestiu no corpo a alma e a obra da autora.
Realizarei um pré-lançamento em junho em um local incomum.
Quando escrevi "Cenário Noturno" pensei em alguns cenários e uma pessoa que vestisse outros personagens, tanto que inseri em algumas poesias: Cenário I, Cenário II, Cenário III e sucessivamente. Idealizei um (a) personagem da noite na composição de um cenário noturno e ao mesmo tempo no limiar da imaginação de conteúdos. Um espaço a ser iluminado pelo abandono da carne e do osso e a vestimenta de um poeta sonhador, no qual navegasse livremente noite adentro, na pele de diversas pessoas, em cenários de insônia, do medo, da coragem, do amor, da estrela, até mesmo do dia.
11- Fale de sua recente expo EMARANHAMINAS...Você já pensa em outra ou descansará um pouquinho?
Vamos dizer que a conclusão de um trabalho, principalmente uma coleção para exposição é um processo que suga energia e imaginação do artista. A montagem de uma exposição individual é gratificante, enriquecedora, mas um trabalho de muita responsabilidade e de exclusividade. O calendário de 2008 com exposições individuais ou coletivas está cumprido. Participei de um circuito internacional com duas obras na Alemanha, Áustria e Polônia e uma mostra individual na Pinacoteca da UFV em Viçosa.
Na Exposição Emaranhaminas insinuações de minas foram lançadas em todas as telas, para que o espectador reconstruísse alguma idéia de mineração, a partir de metonímias de Minas Gerais (conteúdos emaranhados do continente mineiro). As pinceladas lançaram-se exclusivamente em manchas de algo que demarcava perfurações no solo em ordenação de jogos de profundidade com perspectivas sobrepostas e aberturas para esconderijos ou fugas sob teias emaranhadas. Abri mão da composição da arte através de traços e desenhos para jogar sobre as telas acrílico, óleo com algum grattage ou cordas, numa insinuação de temas em movimentos até que narrativas surgissem da explosão de cores na instauração de possibilidades de significação e de sentido. Duas obras causaram impacto nos espectadores: a obra Martírio, em que minha motivação poética foi a da evolução da imagem do impacto causado pelo sofrimento humano e a tela Luzia, representação metonímica do mais antigo fóssil encontrado nas Américas na região de Lagoa Santa - MG. Representei a lembrança de Luzia nas cores empalidecidas dos ossos fósseis e a figura feminina, deixei insinuar-se pela presença de cabelos (cordas desfiadas) jogados sobre tela e impressão aquosa de representação da fertilidade retórica do nascimento de Minas. A liberdade metonímica é o pilar da arte aldravista, que pergunta insistentemente ao espectador: o que é que só você vê.
12-Que tal ser casada com outro Poeta e aldravista?Fale um pouco desse enlace literário, além do conjugal.
Vou repetir o que disse em uma entrevista na Rádio Transamérica (em Santa Bárbara): Conheci meu marido na poesia aldravista e me "enamorei" platonicamente pelo poeta. Depois me apaixonei pelo grande homem e companheiro que circula livremente entre o poeta-marido e marido- poeta.
13-Resuma o que é o aldravismo, na teoria e na prática.
Aldravismo vem de aldrava, termo que designa o utensílio com o qual se bate nas portas para que estas sejam abertas. O aldravismo pode ser caracterizado tanto na teoria quanto na prática pela arte que chama atenção, que abre portas para as interpretações inusitadas dos eventos cotidianos. É expressão de liberdade, rompimento de barreiras formais de produção e ousar criar conceitos novos em que o autor e leitor percebem porções daquilo que é possível. A liberdade metonímica é o pilar da arte aldravista, que pergunta insistentemente ao espectador: o que é que só você viu. É justamente na representação metonímica que está à leveza, uma vez que nega o peso das metáforas (a metáfora é sempre a substituição de uma coisa por outra em sua completude) enquanto a metonímia apenas esboça uma insinuação sutil e leve da idéia em significação.
14-A que atribui seus múltiplos sucessos?
Trabalho em conjunto. Criação de conceitos, técnicas próprias e motivação poética para o trabalho nas artes visuais e literária. Não descartar ao pé da letra críticas, sugestões e observações.
15-Recentemente, você participa de algumas antologias. Fale um pouco dessa experiência e também das anteriores, qual o famoso "Nas Sendas de Basho"?
Gosto de participar de antologias, sabendo da procedência e se haverá encontros com os autores participantes, promovido pela equipe organizadora. Este fato é gratificante, pois trocamos idéias, conhecemos o que está sendo produzido em outras regiões. Participei da Antologia ME – 18 – Mulheres Emergentes – e me senti feliz por conviver com tantas poetisas que estão fecundando versos e idéias. Nas Sendas de Bashô, o trabalho foi idealizado pelo grupo aldravista que se manteve em contato tanto na produção, criação literária, diagramação e ilustração do livro. Além dos inúmeros lançamentos realizados com presença dos autores e participação em projetos de incentivo a leitura em escolas públicas.
16- Deixe uma mensagem para os que se iniciam nas Artes e na Poesia - e muito obrigada por roubar, de seu precioso tempo, um espaço para responder a essa longa entrevista...
Estudem e pratiquem a técnica e a teoria como um exercício, depois esqueçam tudo. Criem seus próprios conceitos e suas próprias técnicas.
Postado por Clevane_em_Pessoa
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sexta-feira, 11 de abril de 2008
Festival da Loucura em Barbacena:mais fotos clicadas por Luiz Lyrio
Luiz Lyrio, o "FESTIVAL DA LOUCURA em Barbacena e seu livro
O escritor Luiz Paulo Lyrio, Poeta del Mundo,foi a Barbacena, MG, conferir de perto o "Festival da Loucura"(que lamento não ter conhecido,psicóloga e repórter que sou, eternamente,além de poeta e artista plástica:um derrame de in/sanidades que dariam muito pano para muita manga.manga?De chupar ou cozer?)
Luiz , adorei.Imagino as "loucuras" fotografadas que vc não enviou...Rss...
Quero postar em meu blog, pode responder às perguntas?
Um abraço:
Clevane
N:Espero que tenha se divertido.
1 Prof.LPL, o que achou do Festival da loucura em Barbacena(além de sua expressão "Uma Loucura!", que acompanha as fotos enviadas)?
2 Percebeu que tipo de público havia -e curtia o festival -faixa etária, pessoas alopradas ou sérios professores de História conforme você,que é professor de História?
3 Chegou a saber qual o objetivo do festival?Ele acrescenta, por ex, algo à luta antimanicomial, em Barbacena, cidade marcada pelos muitos nosocômios para doentes Mentais?
4 Fez algum contato ou soube de alguém que ali já esteve, mas internado em manicômio?
5 Fale a respeito da programação.
6 Você voltaria ou voltará do próximo ano?Por que?
7 Como se sentiu ao fotografar tantos "non senses"?
8 O senhor foi identificado na fotografia de arquivo do Hoje Em Dia, de belo Horizonte, MG,na caminhada dos cem , que fez quarenta anos dia 20/03 (estou certa?).Na juventude, o senhor foi preso, como ativista, viveu a repressão da Ditadura Militar.Rememorar ,pela foto e entrevista, aquela época, mexeu nos enscaninhos da memória?
Essa repressão alienante,vivienciada na juventude, tem algo a ver com a soltura desse festival?Pessoalmente, conseguiu sentir-se livre totalmente?
9)Durante a Ditadura, alguns presos eram transferidos para os manicômios de Barbacena, pela influência de alguns poderosos, quase como um prêmio.Fale a respeito, caso deseje.
10) Depois de haver publicado, exitosamente, seu "Nos Idos de 68, você resolve reeditá-lo e não apenas o amplia, mas também "poda" certos trechos.Gostaria de comentar os motivos?
Quando deverá sair essa edição ampliada e revisada?
11 Prefaciei dois de seus livros de contos ("Marcas de Batom" e " Abdução") ficcionais, embora neste último, sua vida de 35 anos de magistério apareça de forma clara),e conheço seu estilo , que transita entre o humor, a ironia fina, a veracidade e as nuances da sua criatividade .
Esse "novo livro velho", acredito,sempre parecerá atual, para quem quiser saber sobre a repressão dos anos 60.Na qualidade de autor, é testemunha viva de um tempo. Percebe que isso é valorizado pela mídia (ou,pelo menos, antes de ser "descoberto" na foto cita) ?Os alunos tinham curiosidade em conhecer mais de perto o personagem-autor de "Nos idos de 68"? Em que os jovens de hoje diferem desses seus companheiros dos Anos 60/e 70?
Tem outros livros a caminho?
Obrigada;
Clevane pessoa de araújo lopes
(Psicóloga, repórter durante a Ditadura, em Juiz de Fora)
Belo Horizonte, MG
2008/4/7, Luiz Paulo Lírio de Araújo
Aí vão as fotos do festival da loucura da Barbacena. Definí-lo? Avaliá-lo?
Bem...então, aí vai: Uma loucura!!!!!
Lyr
Luiz Paulo Lírio de Araújo
1. Só sinto que um evento feito com tanta seriedade,dando uma visão diferente da doença mental e seus supostos portadores (quem não é?) não tenha tido uma repercussão maior na mídia. Deram mais destaque ao tal Axé no Mineirão do que ao histórico festival de Barbacena. Só quem esteve em Barbacena tem noção do que se aprendeu ali.
2. Gente de todos os tipos e idades participou dos eventos. É lógico que doutores psicólogos, psiquiatras e profesores, e seus pacientes e impacientes em geral participaram mais das atividades mais sérias, sendo que o populacho e a meninada compareceu mais atraída pelos grandes shows, como o do Marcelo D2 e da Pitt. Mas no geral, o público foi variado, apesar de parte dos nativos de Barbacena ainda ter um certo preconceito contra o festival, achando que atrai muito louco de fora (com eu, por exemplo).
3. O objetivo do festival é reforçar a luta antimanicomial e lutar contra o preconceito da sociedade contra os portaodres de doenças mentais. O Festival só não atingiu plenamente seus objetivos porque muitos (os que mais precisam de ver, ouvir e se abrir) costumam ignorá-lo.
4. Fiz contatos rápidos com vários pacientes que já estiveram internados. Mas era tudo muito rápido,muito cheio de gente e perdi muito tempo procurando velhos conhecidos.
5. A programação mesclou discussões, filmes (como ESTAMIRA, o melhor filme já feito sobre o assunto),muito circo e muita diversão.
6.Sim. Só não voltaria se eu fosse louco!
7. Nunca fotografei com tanta ansiedade. Pena que não tenha conseguido clicar mais flagrantes.
8. A passeata foi no dia 29/3. A foto mexeu com minha memória e pretendo voltar a hemeroteca do qrquivo público para ver se consigo mais flagrantes daquela época, já que estou com uma nova versão do livro NOS IDOS DE 68, que pretendo lançar ainda este ano.
Já o Festival me remeteu a outra fase d minha vida, o pós-68. Foi depois da vitória da repressão que conheci a loucura e passei a conviver com os loucos que habitam esse nosso maravilhoso mundo novo do século XXI.
9. Em 1973, "exilei-me" em Barbacena, mas não como interno de algum hospício (certos manicômios de lá merecem esse nome) e sim como professor de História na Escola Polivalente de lá. A partir daí, perdi o contato com a realidade nacional. Soube de algumas famílias que negociaram a prisão de alguns militantes, trocando-a por internação em hospitais psiquiátrico. Foi o acaso do Demétrio e de outros que, inclusive, vítimas do agravamento de sua saude mental, já morreram ou optaram pelo auto-extermínio. Mas isso tudo aconteceu quando eu estava no interior e , na época da ditadura, quem vivia no interior vivia em outro mundo e não sabia de nada que andava acontecendo nos grande centros de poder do país.
10. O objetivo da nova edição é fazer chegar nas escolas e até os jovens em geral um relato do que aconteceu naquela época. O livro, agora, pretende informar, principalmente, quem não viveu o período. Ao contrário da primeira edição, que foi quase uma satisfação aos militantes do movimento secundarista de 68. Pretendo lançar a nova edição em agosto.
11. Os jovens de hoje têm muita curiosidade sobre os anos sessenta, mesmo com uma parte da mídia fazendo questão de ignorá-los. Apesar da juventude de hoje ser mal informada, estar mais presente nos shoppings do que na vida política e social do país, e gostar mais de ler os best-sellers do mercado editorial norte-americano do que a literatura existente sobre a miséria e a desigualdade reinante no Brasil de hoje, acho que vem por aí uma reviravolta. Os jovens estão se cansando de serem alienados. Em algum momento, eles vão se politizar e atuar de novo na transformação do mundo. Mesmo que seja por puro modismo, acredito numa reviravolta neste sentido. Quanto a novos livros, estou trabalhando com muito carinho num livro de contos sobrenaturais e misteriosos, e num livro que tem como personagem central um alcóolatra que sofre de profunda depressão. Os dois livros estão praticamente prontos e sendo "lapidados".
Em 07/04/08, clevane pessoa de araújo lopes
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Luiz , adorei.Imagino as "loucuras" fotografadas que vc não enviou...Rss...
Quero postar em meu blog, pode responder às perguntas?
Um abraço:
Clevane
N:Espero que tenha se divertido.
1 Prof.LPL, o que achou do Festival da loucura em barbacena(além de sua expressão "Uma Loucura!", que acompanha as fotos enviadas)?
2 Percebeu que tipo de público havia -e curtia o festival -faixa etária, pessoas aolpradas ou s´perios professores de História conforme você,que é professor de História?
3 Chegou a saber qual o objetivo do festival?Ele acrescenta, por ex, algo à luta antimanicomial em Barbacena, cidade marcada pelos muitos nosocômios para doentes Mentais?
4 Fez algum contato ou soube de alguém que ali já esteve, mas internado em manicômio?
5 Fale a respeito da programação.
6 Você voltaria ou voltará do próximo ano?Por que?
7 Como se sentiu ao fotografar tantos "non senses"?
8 O senhor foi identificado na fotografia de arquivo do Hoje Em Dia, de belo Horizonte, MG,na caminhada dos cem , que fez quarenta anos dia 20/03 (estou certa?).Na juventude, o senhor foi preso, como ativista, viveu a repressão da Ditadura Militar.Rememorar ,pela foto e entrevista, quela época, mexeu nos enscaninhos da memória?
Essa repressão alienante,vivienciada na juventude, tem algo a ver com a soltura desse festival?Pessoalmente, conseguiu sentir-se livre totalmente?
9)Durante a Ditadura, alguns presos eram transferidos para os manicômios de Barbacena, pela influência de alguns poderosos, quase como um prêmio.fale a respeito, caso deseje.
10) Depois de haver publicado, exitosamente, seu "Nos *Idos de 68, você resolve reeditá-lo e não apenas o amplia, mas também "poda" certos trechos.Gostaria de comentar os motivos?
Quando deverá sair essa edição ampliada e revisada?
11 Prefaciei dois de seus livros de contos ("Marcas de Batom" e " Abdução", ficcionais, embora neste último, sua vida de 35 anos de magistério apareça de forma clara),e conheço seu estilo , que transita entre o humor, a ironia fina, a veracidade e as nuances da sua criatividade .
Esse "novo livro velho", acredito,sempre parecerá atual, para quem quiser saber sobre a repressão dos anos 60.Na qualidade de autor, é testemunha viva de um tempo. Percebe que isso é valorizado pela mídia (ou,pelo menos, antes de ser "descoberto" na foto cita) ?Os alunos tinham curiosidade em conhecer mais de perto o personagem-autor de "Nos idos de 68"?Em que os jovens de hoje diferem desses seus companheiros dos Anos 60/e 70?
Tem outros livros a caminho?
Obrigada;
Clevane pessoa de araújo lopes
(Psicóloga, repórter durante a Ditadura, em Juiz de Fora)
Belo Horizonte, MG
2008/4/7, Luiz Paulo Lírio de Araújo
Aí vão as fotos do festival da loucura da Barbacena. Definí-lo? Avaliá-lo?
Bem...então, aí vai: Uma loucura!!!!!
Lyr
Divulgação:
Diretora Regional do InBrasCi em belo Horizonte MG,
braço da Governadoria em MG do InBRasCI (a Governadora é Andréia Donadon, escritora e artista aldravista,a artista plástica Déia Leal, do Jornal Aldrava, na cidade primaz do Estado:MARIANA)
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Luis Eduardo Matta e os Thrillers
O jovem escritor brasileiro Luis Eduardo Matta,publica dois livros de suspense -Ira Implacável (Nova razão Cultural) e 120 Horas (Edit.Planeta)-e firma-se no cenário dos thrillers,ações encadeadas e mais rápidas,com personagens fortes e marcantes, tramas ambientadas em vários lugares, bem descritos, quase crônicas de viagem.
Além de escrever bem, Luis Eduardo Matta sabe manter o fio de Ariadne:embora nos labirintos das entrelaçadas e diferentes histórias dos personagens que se entrelaçam ao protagonismo mais relevante de alguém, o autor caminha , vai e vem, retorna.Mas não se perde nos meandros do enredo, não deixa buraços, embora algumas interrogações sejam o sal, o tempero, a ponto de se esperar que ele escreva uma continuação das histórias:na verdade, são de tal forma interessantes, que passam a povoar nosso imaginário, ou se nos apresentam quais pessoas de vida real, de quem queremos saber ainda mais.O timing é perfeito.Flashbacks,pistas, movimento, nos fazem imaginar um filme sem nehum momento de tédio.
Nas páginas a seguir, comentarei esses romances e agora, comecemos com a entrevista,onde se pode melhor conhecer não apenas seu modus operandi, mas ainda, sua maneira de ser.
Cumprimentamos o brilhante autor.Quem não souber sua idade, por certo vai julgá-lo, no mínmo,um quarentão.
Clevane Pessoa de araújo Lopes
Diretora Regional ,em Belo Horizonte, MG, Br,do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais (InBrasCi)
1) Ficha cadastral:
Nome: Luis Eduardo Matta
Idade: 33 anos
DN: 21 de novembro de 1974
Profissão: Escritor
Formação: Autodidata
Pais: Brasil
Lazer: Ler, fazer caminhadas, ir ao cinema, a exposições e eventos culturais.
2)Perguntas básicas:
a) A partir de quando e de que motivação você resolveu escrever 120 horas?
Tudo começou em meados de 1997. Eu havia finalizado o meu romance anterior, ‘Ira Implacável’ e numa noite, inadvertidamente, enquanto assistia a um filme que não me recordo qual era, fiquei pensando em como seria interessante escrever um livro, no qual houvesse uma personagem feminina ambígua. Uma mulher rica, fina, de forte personalidade, culta, elegante, já de certa idade e reverenciada nos melhores círculos da sociedade e que, por trás dessa fachada respeitável, exercesse atividades espúrias, ligadas ao submundo mais sórdido da máfia internacional. Foi a partir daí, da concepção desta personagem, Evelyn Wakim, que é uma das espinhas dorsais do livro, que nasceu e se desenvolveu toda a trama. ‘120 horas’ teve duas versões. A primeira foi escrita entre 1998 e 1999 e a segunda, entre 2002 e 2004.
b) O que diferencia um thriller de outros gêneros? Você prefere escrever thrillers?
Prefiro. É um tipo de ficção que sempre me atraiu muito, sobretudo quando acompanhado de um mistério, um enigma ou algo do tipo. O thriller é um gênero de entretenimento, cujo elemento principal, muito acima da linguagem e do aprofundamento de temas, itens caros à alta literatura, é a trama. Uma trama ágil, bem construída e amarrada, com elementos de suspense e tensão, é imprescindível para que um thriller seja bem sucedido. No meu caso específico, procuro, igualmente, criar uma galeria de personagens que se imponham e, com isso, alcancem os corações dos leitores e despertem seu interesse.
c) Para escrever, você precisa de ambiente, clima, inspiração, método, ou apenas se dispõe a desenvolver o enredo?
Preciso de tudo isso junto, e, felizmente, tenho conseguido. A solidão é imprescindível. Sou capaz de ficar um dia inteiro escrevendo, sempre sozinho e ouvindo música suave. Já a inspiração não é, ao menos para mim, aquela epifania romântica dos poetas e, sim, um momento onde as idéias estão em franco movimento e pedindo para serem postas para fora. Meus enredos são todos muito estruturados antes que o livro propriamente dito seja iniciado. Faço vários roteiros prévios, prevejo o final, a fim de arquitetar e costurar os mistérios e os conflitos ao longo da trama e componho detalhadamente os perfis dos personagens centrais a fim de incorporá-los no momento em que os coloco em ação no livro.
d) Já lhe aconteceu de um protagonista arrastar você para outro caminho antes não imaginado?
Já, mas foram poucas vezes. Na realidade, embora eu faça um planejamento minucioso da obra antes de começar a escrevê-la, muitas idéias vão surgindo enquanto escrevo e isso acaba alterando um pouco os rumos da trama. Não é que os personagens criem vida, mas as suas ações e pensamentos evoluem à medida que a história avança e isso acaba determinando o que irá acontecer dali em diante, embora existam limites. Digamos que o arcabouço da história permanece praticamente inalterado, mas o recheio sofre algumas mudanças.
e) Qual a sua relação com os personagens? Sente que os domina ou por vezes, sente-se dominado? A que atribui esse tipo de intercâmbio entre autor e personagens?
Pode parecer conversa de doido, mas eu tenho uma relação muito íntima com cada um dos meus personagens, porque eles são concebidos, sobretudo, a partir do meu convívio com pessoas reais. À medida que eu vou escrevendo um livro e mergulhando cada vez mais na atmosfera da trama, os personagens adquirem uma identidade e uma personalidade tão marcantes, que é como se eles existissem de verdade. Muitas vezes, ando na rua e avisto uma pessoa estranha que, fisicamente, se assemelha muito a um personagem meu e começo a imaginá-lo como sendo o meu personagem num momento trivial do seu cotidiano. Por outro lado, procuro sempre estabelecer um distanciamento entre mim e os personagens, a fim de não fazer deles porta-vozes da minha maneira de pensar ou de agir. Uma das coisas que eu sempre evitei foi tornar meus livros auto-referentes. Não simpatizo com alter egos e não acredito sinceramente que a minha vida e as minhas noções da realidade sejam interessantes para os outros, a ponto de pretender expô-las numa prosa de ficção.
f) Você se inspirou em alguma pessoa real, para algum protagonismo, especificamente em 120 horas?
Em muitas. Todos os personagens de ‘120 horas’ existem um pouco na vida real. Mesmo os mais estapafúrdios. Na realidade, não só as pessoas reais me inspiraram, como, também, algumas que eu conheci pela ficção e não me refiro somente à ficção literária. O cinema e a televisão também me inspiram bastante. O que eu posso afirmar com certeza é que um personagem meu nunca é a reprodução fiel de uma pessoa. Ele costuma ser uma soma de várias delas e, também de personagens de outros livros, filmes, telenovelas, seriados e tudo o mais.
g) Em geral, o autor é alguém que gosta de ler. É o seu caso? Em criança, gostava de que tipo de leitura? Já tinha uma queda por suspense?
Eu comecei a ler livros com regularidade a partir dos 9 ou 10 anos, sempre por lazer e comecei pela literatura policial. Até hoje, acredito que a ficção de mistério é o caminho mais simples e certeiro para atrair um jovem para a literatura. Comecei com livros policiais infanto-juvenis, como os do Ganymedes José e do João Carlos Marinho. Em seguida, passei à literatura policial adulta, de autores como Agatha Christie, Georges Simenon e Raymond Chandler e, somente muito mais tarde, já com meus 15 anos, é que naturalmente comecei a me interessar, também, pela grande literatura. Tudo aconteceu muito naturalmente. Sempre li por lazer e sem nenhuma pretensão de posar de intelectual por causa disso.
h) Você sente que tem a identidade de um escritor? Preeche documentos como "escritor"?
Eu encaro a atividade literária mais como um ofício do que como uma profissão. Considero-me, sim, um profissional da escrita. Desde os 18 anos preencho documentos como “escritor”. No início era gozado, porque as pessoas me olhavam meio torto. Daí eu passei a levar um exemplar do meu primeiro livro, que foi publicado em 1993, para provar que estava dizendo a verdade. Era engraçadíssimo ver as expressões perturbadas que as pessoas faziam. É bom salientar que eu era um jovem de 18 anos com cara e corpo de 15.
i) Na escola, algum professor reconheceu que você tinha estilo ou vocação? Algum o incentivou? E em sua família?
Tive uma ótima professora de literatura e português chamada Sônia, que me incentivava a escrever e que me indicou, fora da sala de aulas, livros que foram fundamentais na minha formação como leitor. Ela dizia sempre que ler era como assistir a um desenho animado na TV. Mas isso foi muito antes de eu escrever meu primeiro livro. Minha família sempre me apoiou, embora tenha havido alguns conflitos que se estenderam por anos a fio. Naquela época isso me afligia, mas hoje eu consigo compreender. Afinal, não é fácil numa família onde praticamente nunca houve artistas, de repente alguém resolver seguir a carreira de escritor.
j) A questão editorial no Brasil às vezes é um empecilho a que as pessoas publiquem seus escritos. Você experenciou alguma dificuldade maior ou recusa? Acredita que deu sorte ao tentar publicar? E com a editora Planeta, tem boas relações?
Tive e tenho muitas dificuldades. A carreira literária é um desafio permanente e o mercado editorial é de uma instabilidade inacreditável. Nós, escritores, precisamos estar sempre fazendo com que as coisas aconteçam, porque existe uma competição feroz, dezenas de lançamentos todos os meses e um espaço muito limitado para a divulgação e venda dos livros. Já tive livros meus recusados inúmeras vezes, por muitas editoras. Isso é normal. Não sei se tive sorte ao publicar. Foi, talvez, o resultado de muito esforço e persistência. As coisas comigo não costumam ser fáceis, nem rápidas, mas elas acabam acontecendo porque eu estou sempre correndo atrás. No caso da Planeta, meu relacionamento com a editora é muito bom. Tenho uma especial estima pela Débora Guterman e pelo Pascoal Soto, que são meus editores lá. Ambos são profissionais muito preparados, além de pessoas de uma delicadeza ímpar. Como iniciou há apenas cinco anos as suas atividades no Brasil, a Planeta não teve ainda tempo de mostrar todo o seu potencial, então é injusto compará-la às demais grandes editoras que estão no mercado há muitos anos. Firmar-se num terreno pedregoso e, eu diria até, minado como é o mercado editorial brasileiro, é uma missão muito complicada e exaustiva, mas me parece que a Planeta está, apesar de alguns percalços, avançando e, aos poucos, conquistando o seu espaço.
l) Você experimenta algum cansaço físico, somatização (tipo cefaléia, irritabilidade, insônia, quando está escrevendo), ou sente apenas bem estar e a excitação de estar em pleno processo criativo?
Eu me sinto muito bem, mas me canso também. Adoro escrever, mas o meu processo de escrita é muito complexo e multifacetado. Ele não inclui apenas a redação do livro, mas, também, uma pesquisa permanente sobre vários assuntos, a preparação da trama, a concepção dos personagens, dos ambientes... É uma jornada muito trabalhosa que me deixa cansado não só fisicamente como, sobretudo, mentalmente. Insônia eu tenho desde criança, mas ela se acentuou com o passar dos anos. São comuns as noites em que acordo para tomar nota de alguma idéia que surge de repente. O meu dia, para ser ideal deveria ter umas vinte e sete ou vinte e oito horas, porque eu preciso dormir de sete a oito horas para ter um sono plenamente reparador, e ficar acordado de dezenove a vinte horas para ter vontade de dormir. Esse é, imagino, um problema que vai me acompanhar pelo resto da vida.
m) Você reside em que cidade?O que mais gosta de fazer quando não está escrevendo?
Nasci e moro no Rio de Janeiro, que é uma cidade que eu adoro. Costumo dizer que o Rio representa para mim o mesmo que Jerusalém representa para os judeus. É a minha terra prometida, a minha cidade dourada, o único lugar onde me sinto verdadeiramente em casa... Uma das coisas de que mais gosto de fazer é sair pelas ruas da cidade sem rumo. Tomo um ônibus aleatoriamente, desço numa avenida qualquer, me embrenho pela intimidade dos bairros, descubro uma padaria, um botequim, uma livraria, um sebo, um café, uma vila de casas geminadas, um sobrado antigo com um detalhe arquitetônico qualquer... Conheço o Rio muito bem e a cada dia que saio pela cidade eu a redescubro de uma forma intensa, como se eu estivesse chegando aqui pela primeira vez. Em geral, quando não estou escrevendo, estou lendo ou andando pela cidade.
n) O que espera (em relação a resultados ou novos projetos) agora?
Eu sou um realista-otimista. Traduzindo: sou alguém que tem plena noção da realidade, mas que sempre acredita que as coisas podem melhorar. Ainda porque ser realista é ter em conta que a realidade está em permanente mutação, que ela não é estática e que pode mudar a nosso favor. Graças a Deus, até agora, meus projetos têm dado certo, têm cumprido e até superado as minhas expectativas. Quando aos novos, acredito neles, mas não posso prever o que irá acontecer.
o) Defina seu livro. Que espécie de leitor será instigado ou gostará dele? Você filosofa no contexto ou é mais descritivo?
Você se refere ao ‘120 horas’, não é? Bem, o leitor desse livro, pelo que tenho percebido, é, sobretudo, o leitor de thrillers ou de livros policiais. Muitos me escrevem fazendo comentários. A maioria gosta e muita gente já me perguntou se o livro terá uma continuação, já que o final sugere isso. Procuro não fazer muitas reflexões ao longo da narrativa, porque isso pode implicar numa perda de ritmo que, num thriller, precisa ser ágil e constante. Mas sou, sim, um pouco descritivo, pois me preocupo em situar o leitor no ambiente em que determinada cena se desenvolve e também em apresentar a condição humana dos personagens, ainda que não faça isso de forma muito aprofundada.
p) Descreva a sensação que teve quando escreveu a última oração.
Uma sensação de dever cumprido, mesclada com alegria, um pouco de alívio e também de saudades de uma trama com a qual convivi diariamente por muitos meses consecutivos. Sempre que ponho o ponto final num livro, sinto um certo vazio. Então, trato logo de começar outro.
q) Deixe uma mensagem sua, a respeito de qualquer assunto.
Precisamos fazer do Brasil um país de leitores. Eu sei que isso já virou um chavão, mas é o único caminho possível para tirar nosso país do atoleiro em que se encontra há décadas, há séculos. Nosso povo precisa de cultura, de conhecimento e se há algo que pode proporcionar isso mais facilmente e com mais eficácia são os livros, é o gosto pela leitura regular. Vejo com tristeza como muitas pessoas letradas no Brasil não se importam com essa situação, preferindo se digladiar em discussões fúteis sobre excelência literária, enquanto o povo lá fora passa fome de conhecimento. O Brasil é um país privilegiado que tem tudo, desde uma natureza privilegiada até um idioma poderoso, que foi capaz de unir um território de dimensões continentais. Com todas as adversidades, somos, hoje, a sexta economia do mundo. Imagine o colosso que esse país será no dia em que o povo tiver conhecimento e cultura? E tem gente que ainda diz que Deus não é brasileiro.
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Luis Eduardo matta e os Thrillers
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Concurso literário "Antologia Delicatta"
Recebo e repasso:
HOME:http://www.antologia-delicatta.com/index2.html
"A Associação Cultural de Escritores Cecina Moreira, uma Organização Não-Governamental, com sede na cidade de São Paulo, está promovendo o concurso literário Antologia Delicatta III – Prosa e Poesia.
Regulamento
1. PARTICIPANTES: Este é um projeto aberto a todos os escritores, de ambos os sexos, amadores ou profissionais que queiram registrar seu nome nesse painel histórico e ter um conto, crônica ou poema de sua autoria publicado em livro.
2. TEMA, GÊNERO LITERÁRIO E QUANTIDADE: Os trabalhos concorrentes devem ser redigidos em Língua Portuguesa, em formato conto, crônica ou poema (verso livre/branco, soneto, trova, haicai) com temática livre, porém não serão aceitos trabalhos que contenham palavras ofensivas e ou ideologias segregacionistas ou discriminatórias. Cada participante poderá concorrer com até 2 (dois) trabalhos em cada categoria, com até 60 linhas cada um, salvo as tipologias Haicai e Trova, onde os autores poderão inscrever 5 ou 10 trabalhos.
Por exemplo: Se o autor escolher participar na categoria soneto e trova, ele poderá enviar 1 ou 2 sonetos e 5 ou 10 trovas.
3. PARA ONDE E ATÉ QUANDO ENVIAR SUAS OBRAS
Os trabalhos, no gênero prosa ou poesia, deverão ser enviados para o e-mail dellicatta@terra.com.br .
Para o e-mail: dellicatta@terra.com.br - enviar em dois anexos, sendo que o primeiro conterá o trabalho, título e pseudônimo digitados em papel A4, em Garamond, corpo 12, espaço simples, alinhados à esquerda e no segundo anexo o autor deverá apresentar currículo resumido em até cinco linhas, contendo: nome, data de nascimento, naturalidade, formação acadêmica, principais trabalhos publicados, atividades culturais que exerce ou praticam e contato.
Na mensagem do e-mail em que foi anexado o arquivo Word, deverá constar os dados do depósito referente a taxa de inscrição: data, número da operação bancária ou número da transferência.
Seu trabalho poderá ser enviado até 11 de abril de 2008.
Parágrafo único-Cada autor responderá por plágio, cópia indevida ou outro crime relacionado ao Direito Autoral.
4. DAS INSCRIÇÕES: O valor de taxa de inscrição é de R$25,00 (vinte e cinco reais) por categoria que irá participar e deverá ser efetuada em:
Banco Bradesco S/A
Ag. 091
C-C-156469-2
A favor de Luiza Beatriz Moreira
Parágrafo único: A taxa de inscrição não será devolvida em qualquer hipótese, uma vez que seu investimento se destina a cobrir despesas administrativas.
5. PREMIAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO:
PROSA
1º Lugar Conto - A edição da obra premiada no livro Antologia Delicatta III – Prosa e Poesia, dez exemplares do livro e troféu.
2º Lugar Conto - troféu.
3º Lugar Conto - troféu.
1º Lugar Crônica - A edição da obra premiada no livro Antologia Delicatta III – Prosa e Poesia, dez exemplares do livro e troféu.
2º Lugar Crônica - troféu.
3º Lugar Crônica - troféu.
POESIA
1º Lugar Soneto - A edição da obra premiada no livro Antologia Delicatta III – Prosa e Poesia, dez exemplares do livro e troféu.
2º Lugar Soneto - troféu.
3º Lugar Soneto - troféu.
1º Lugar Trova - A edição da obra premiada no livro Antologia Delicatta III – Prosa e Poesia, dez exemplares do livro e troféu.
2º Lugar Trova - troféu.
3º Lugar Trova - troféu.
1º Lugar Haicai - A edição da obra premiada no livro Antologia Delicatta III – Prosa e Poesia, dez exemplares do livro e troféu.
2º Lugar Haicai - troféu.
3º Lugar Haicai - troféu.
1º Lugar Verso Livre/Branco - A edição da obra premiada no livro Antologia Delicatta III – Prosa e Poesia, dez exemplares do livro e troféu.
2º Lugar Verso Livre/Branco - troféu.
3º Lugar Verso Livre/Branco - troféu.
5. RESULTADO FINAL: Em 30 de abril de 2008 estará disponibilizado no site e na página da comunidade do Orkut de nome Antologia Delicatta os resultados das seletivas com a divulgação dos pseudônimos dos autores e títulos dos trabalhos selecionados.
Prêmios de Edição: Os selecionados com o Prêmio de Edição Cooperativada serão convidados a integrar o livro Antologia Delicatta III - Prosa e Poesia
Cada autor terá seu trabalho publicado mediante a aquisição antecipada de 5(cinco) a 10(dez) exemplares da antologia por trabalho selecionado, dependendo do número de páginas utilizadas. O valor do exemplar não excederá R$20,00.
7. OUTRAS INFORMAÇÕES:
O autor que concorrer na categoria Haicai deverá enviar 5 ou 10 Haicais e será selecionado e premiado pelo conjunto do trabalho enviado.
O autor que concorrer na categoria Trova deverá enviar 5 ou 10 trovas e será selecionado e premiado pelo conjunto do trabalho enviado.
Comissão Julgadora: As obras serão julgadas por uma comissão composta por jornalistas, escritores, editores e profissionais do mercado editorial, cujo julgamento é soberano.
Devolução de obras: As obras enviadas não serão devolvidas. A Associação não se responsabiliza pelas obras extraviadas ou perdidas.
Desclassificação: As obras que não seguirem as regras expressas neste regulamento serão automaticamente desclassificadas.
8) PRÉ LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA DELICATTA III PROSA E POESIA
BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SÃO PAULO, que ocorrerá de 14 a 24 de agosto de 2008.
9) LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA DELICATTA III PROSA E POESIA: O evento realizar-se-á em um teatro em data posteriormente marcada e terá a duração de 4 horas sendo como segue:
1) As duas primeiras horas - serão destinadas a confraternização dos autores e autógrafos aos convidados no hall do teatro.
2) Terceira hora - apresentação de números de Ballet, dança e música.
3) Quarta hora -apresentação dos autores no palco e premiação dos finalistas.
9. DIVULGAÇÃO: A ANTOLOGIA DELICATTA III PROSA E POESIA será divulgada nas Instituições Públicas e Privadas, Bibliotecas, Centros Culturais, Universidades, Academias Literárias e outras entidades com as quais a Associação Cultural Cecina Moreira mantém relacionamento cultural
Parágrafo único- Os livros receberão o Registro da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e ISBN
NOTE- LINK COM O VÍDEO DO EVENTO DE LANÇAMENTO DA ANTOLOGIA DELICATTA II - DEZ-2006
http://www.youtube.com/watch?v=3_BgibApTPk
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