sábado, 20 de outubro de 2007

Alexandre Santos e "O Moinho", entre outros assuntos.

Alexandre Santos para mim
8 out

Clevane,

Lá vão as respostas:

Nasci e fui educado em Recife. Depois de graduar-me em engenharia civil pela UFPE, cumpri os cursos de especialização em Transportes Urbanos e Trânsito na UFCE e de mestrado em Engenharia da Produção na UFPE. Atualmente, sou mestrando em Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste.
Iniciei minha atividade profissional no Denatran, em Brasília, tendo, em seguida, me transferido para a prefeitura da cidade do Recife, onde exerci diversos cargos, inclusive a secretaria-adjunta de Transportes e Obras.
Entre algumas condecorações recebidas, a que mais me orgulha é o grau de Comendador da Ordem do Mérito Capibaribe.
Além de filiações a entidades profissionais e sindicais, como UBE (União Brasileira dos Escritores), onde exerço o cargo de presidente; CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura), onde milito na Câmara de Engenharia Civil e presido as comissões de Ética e do Mérito, e Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco, sou membro do Instituto de Estudos Políticos e Sociais da Sociedade Pernambucana de Cultura e Ensino, Instituto Solidarista de Estudos Políticos e Sociais, onde atuo como coordenador de formação política, e, finalmente, do Clube de Engenharia de Pernambuco, onde exerço o cargo de Presidente.

Sou presidente da Academia de Artes e Letras do Nordeste Brasileiro e secretário-geral da Academia Brasileira de Autores Solidaristas.

Além de engenheiro da EMLURB (Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife), sou editor-geral do informativo ‘A Voz do Escritor’, semanário da UBE, vice-presidente da Associação de Ensino Superior de Pernambuco, membro do Conselho de Política Cultural da Cidade do Recife e do Conselho Editorial da Revista Mercado S.A.


1)Desde quando sente necessidade de escrever?

Acho que desde que nasci. Sempre fui um garoto muito solitário. Minha maior diversão era a leitura. Meus maiores amigos eram os personagens das revistas de quadrinhos. Eles me 'falavam' em linguagem escrita e era com esse tipo de linguagem que eu me comunicava com eles. De vez em quando eu escrevia ao lado dos quadrinhos, mandando recados para os meus amigos desenhados.

2)Há escritores em sua família? Isso o motivou? Sofreu alguma influência?

Minha mãe dizia que meu avô, Manuel Gomes de Abreu (que não cheguei a conhecer), era poeta. Mamãe contava que, às vezes, meu avô acordava no meio da noite e, para não perder a inspiração, corria para escrever vestido da forma como estava. No ramo paterno da minha família, temos o jurista Luiz Pinto Ferreira, grande escritor, membro da Academia Pernambucana de Letras.

Não sei, no entanto, se a presença de escritores na família tenha me motivado a escrever. Acho, mesmo, que foi minha relação de amizade com os personagens das revistas de quadrinhos.

3)Possui algum momento certo para escrever, ritual ou supertição? Ou escreve sempre que chega a inspiração? É sitemático ou livre nesse exercício?

Não tenho um momento certo para escrever. Na realidade, hoje, com as minhas inúmeras atividades, escrevo sempre que tenho tempo.

4) Que livros já publicou?

Foram muitos. Incluindo os livros de política, economia, administração e literatura artística, já foram publicados 21 livros (Os retirantes, A inevitável primavera; Teoria do Valor; Economia & Poder; Solidarismo: O Brasil para todos; Subsidiariedade econômica: a opção decisiva; O desenvolvimento integrado dos campos; Em debate; O debate continua; O fim do ciclo liberal; O direito ao trabalho remunerado; A face oculta do mercado; Curso básico de Matemática Financeira; Curso básico de dministração de Materiais; Curso básico de Avaliação de Projetos de Investimento; Manual de administração de pequenas empresas; O ato de produção; O moinho (publicado em Cuba, pelo Editorial Arte y Literatura, sob o título 'El molino');O attaché; Bastidores & Camarins; e G'Dausbbah)

5) A que atribui o sucesso de "O Moinho"?

O moinho é um livro que trata da eterna luta pelo poder, pelo controle político e econômico do planeta, num quadro de globalização. Talvez a identificação das pessoas com as situações vividas no enredo, talvez a atualidade das ameaças, talvez o tema, talvez uma combinação de tudo isso expliquem o sucesso alcançado pelolivro.

Hoje 'O moinho' não me pertence. Ganhou o mundo e cada um o interpreta de um jeito. Foram argumentos distintos, tomados por pessoas que circulam em ambientes completamente diferentes, que justificaram a concessão do prêmio de melhor romance em 2007 pela Academia Pernambucana de Letras (uma casa litarária convervadora) e a publicação do livro pelo Editorial Arte y Literatura do Instituto Cubano do Livro (uma casa evidentemente progressista).

'O moinho' está aí e cada um o gira como quer.

6) O prêmio recebido o supreendeu?

Eu acho 'O moinho' muito bom. Quando leio trechos de 'O moinho' tenho a impressão de que ele foi escrito por outra pessoa. E, aí, sou tomado de uma sensação contraditória, pois, de um lado, acho que 'O moinho' tem méritos para vencer qualquer concurso literário e, de outro, acho que eu, o autor, não estou ao nível dos prêmios que o livro recebeu.


Quem versou para o espanhol?

Com o título ‘El molino’, o livro foi traduzido para o espanhol por María de los Ángeles Rezk, uma especialista em lingual portuguesa que trabalha na Universidade de Havana.


7)Você escreve poesia?

Nos últimos anos, premido pela falta de tempo, comecei a escrever poemas. Num estalo, me entregava ao instinto e deixava a pena falar por mim. Como conseqüência desta 'técnica' surgiram os poemas que compôem o livro G'Dausbbah, lançado no ano passado. O poema 'G'Dausbbah' é um épico que, numa perpectiva otimista, trata da velha luta entre o bem e o mal, envolvendo demônios, anjos e tudo o que eles representam.


Há mercado, nem Pernambuco, para a poesia?

Pernambuco, como todos os Estados do nosso querido país, vive em permanente crise. Por falta de dinheiro, as pessoas não conseguem adquirir aquilo que gostariam. Assim, sem medo de errar, afirmo que Pernamabuco é um campo fertil para a poesia e para os poetas, mas não para se vender poesia ou qualquer outro tipo de arte. Não por falta de público, mas por falta de dinheiro no bolso das pessoas.


Você considera que o nordestino, em geral é poeta, tem alma poética? E o pernambucano? A que atribui isso? Há muitos poetas na UBE/PE?

Todos nós temos em nosso interior um artista. Uns, por timidez, mantêm este artista preso, privando a sociedade da beleza que poderia estar solta, animando os ambientes em que circulam. Outros, por temperamento, o soltam. Aqui, no nordeste e, em especial, em Pernambuco, as pessoas têm mais facilidade de liberar o artista que anima a nossa alma. E, então, surgem poetas em cada esquina, em cada bar, em cada mercado. Na atualidade, assistimos, ao lado dos poetas tradicionais, o surgimento de uma nova geração de artistas, embalados por novas expressões como o chamado 'novo repente', a poesia experimental, a poesia visual e a poesia marginal, que se inspira nas diversas faces urbanas.

Embora conhecida como 'A casa do escritor', a UBE bem que poderia ser chamada 'a casa do poeta'. Temos, entre nós, muitos poetas. Poetas de todos os tipos. Dos que cantam a cidade e dos que cantam o sertão. Dos tradicionais, que seguem Bilac, e dos pós-tudo, que chegam a criar novas linguagens. A UBE é um caldeirão de literaturas e de literatos, sempre prestes a explodir e apresentar ao mundo novidades além da imaginação.


8) Qual o funcionamento da UBE/PE?

A UBE tem um funcionamento básico fincado projetos literários próprios, apoio a entidades e projetos literários externos e suporte a atividades correlatas. Entre os projetos literários próprios, destacam-se 'A ficção em Pernambuco' - projeto realizado desde novembro de 2005 em parceria com a livraria Saraiva, que consta de sessões mensais oferecidas no Espaço Manuel Bandeira, no Shopping Center Recife, em homenagem à obra de um autor pernambucano ou, excepcionalmente, de autores de outros estados nordestinos - ; 'A arte e a cultura em Pernambuco' - projeto realizado dedes março de 2006 em parceria com a livraria Cultura. Consta de sessões mensais oferecidas no auditório daquela livraria, no Shopping Paço Alfândega, em homenagem à obra de um autor pernambucano ou, excepcionalmente, de autores de outros estados nordestinos - ; 'Quarta-às-Quatro' - projeto participativo idealizado pelo poeta Vital Correia de Araújo, que, desde março de 2003, em eventos semanais abertos ao público às [como o nome insinua] 16h00 das 4ª feiras, reúne escritores de todos os gêneros literários nos jardins da UBE, em saraus abertos a todos os interessados, com temática livre. Entre as entidades e projetos literários apoiados pela UBE, se destacam o 'Café com Poesia' - projeto literário da Assembléia Legislativa de Pernambuco, que, desde março de 2007, vem tendo o apoio da UBE-PE em sessões mensais que, intercalando homenagens à obra de autores vivos e mortos, valoriza escritores pernambucanos -; e a 'Oficina de Carrero' - Oficina literária oferecida pelo acadêmico Raimundo Carrero na sede da UBE-PE desde 1996.


9)Depois do sucesso de O Moinho, tem outro livro em mente?

Sempre tenho dois ou mais livros em gestação. No momento, embora tenha dado prioridade a minha tese de mestrado (Uma abordagem da Economia de Comunhão como estratégia para o desenvolvimento local), há um romance intituldo 2020 em andamento. Espero concluí-lo no próximo ano.


É fácil conciliar sua profissão com o ofício de escrever?

Tudo é uma questão de prioridade. Trabalho e lazer. Lazer e trabalho. Procuro transformar o trabalho em lazer e vice-versa.


10)Sua esposa, como vê essa sua face de autor? Ela também escreve?

Minha mulher me deixa pensar e escrever. Administra as contas da família e tudo o mais. Não sei se conseguiria escrever se não fosse ela. Ela não escreve. Fala e, algumas vezes ,num estilo que classifiquei como 'reprimendas poéticas"


11) Quais as medidas políticas de que o Brasil precisa tomar para empoderar os escritores nacionais?

Para completar o círculo da literatura, há a necessidade do escritor ser acompanhado pelo leitor. Assim, a primeira coisa que devemos pensar num projeto de fortalecimento dos escritores é criação de uma país de leitores. Para isto, muitas providências devem ser adotadas, desde as campanhas de incentivo a leitura ao aumento radical do número de bibliotecas públicas, passando pela redução do preço dos livros, etc. Se lidos, os escritores naturalmente ganham poder. Este é um processo que deve ser acompanhado por uma série de medidas que visem, de um lado, descentralizar os núcleos de decisão (atualmente são extremamente concentrados no eixo Rio-São Paulo), e de outro estimular a criação de esquemas de distribuião dos livros.


Porque acha que a profissão de escritor e de poeta não é reconhecida, embora a de roteirista, por exemplo, o
seja (assim qual a de dramaturgo também não, embora a de ator o seja)?

Este é um dos místérios que passam ao largo da minha modesta capacidade de compreensão do mundo.

Os escritores nordestinos ou os pernambucanos têm algum plano de ação, de demanda em relação ao MINC, em prol dessa "profissão: escritor" ou pretendem continuar exercendo-a paralelamente a outra?

No momento, estamos exercendo algum tipo de pressão no sentido de democratizar a Câmara Setorial do Livro e da Leitura do MinC, que, de forma contraditória ao espírito anunciado, concentra todo o poder decisõrio do organismo na região sudeste. Entendemos que, enquanto esta questão não for resolvida, não há como resolver as demais.

Há, no Estado, algum escritor que viva apenas de escrever ou poeta, de fazer versos?

Confirmando a regra de que 'ninguém vive de literatura', existem algumas excessões. É o caso do poeta Jessier Quirino que, sendo arquiteto, prefere ganhar a vida com literatura.


Que pensa dos escritores terem um salário para poderem apenas escrever?

Esta é uma tese interessantíssima, que se enquadra no espírito da renda universal. Há, em Pernambuco, um instrumento de subsídio a personalidades e entidades culturais consideradas 'patimônio cultural vivo' que beneficia uns poucos artistas.

12) Deixe umas palavras para os leitores do blog,ou mensagem para autor nacional

Nossa responsabilidade é muito grande. Temos que fazer da nossa arte e da nossa capacidade de influenciar pessoas uma tricheira de defesa da palavra. Não podemos deixar que as palavras sejam manipuladas para atender a interesses espúrios. Não deixar que elas sejam usadas de forma irresponsável para que assumam significados diversos dos seus, de modo a confundir as pessoas em sua boa fé. A bela palavra LIBERDADE, por exemplo, que significa o oposto de cativeiro, indicando o direito das pessoas fazerem ou de não fazerem aquilo que esteja ao seu gosto, não pode ser usada em contextos limitados ou para designar a condição de pessoas cativas, acorrentadas pelas angústias da vida. Este, talvez, seja o maior desafio dos escritores.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

J.S.Ferreira,aldravista.


05/10/2007 16h06

Foto:em primero plano, Sebastião, em pé, J.B.Donadon e depois, Gabriel Bicalho, todos poetas aldravistas.


Entrevista com o autor de Jenipapo,J.S.Ferreira,aldravista, de Mariana,MG
Foto:J S Ferreira (sentado, em primeiro plano), no projeto Escola viva, em Mariana, quando aldravistas levam Poesias às escolas.:

Após ele, em pé, J.B.Donadon e, sentado, Gabriel Bicalho, ambos Poetas sobre os quais estamos sempre a publicar algo neste blog.

Sem dúvida, levar à escola arte, literatura,poesia, é um grande
feito, que plantará nas pessoas em formação, as sementes do belo.



NOTA BIOGRÁFICA

J.S.Ferreira, nome literário de José Sebastião Ferreira, nasceu em 17/02/1954, em São Gonçalo do Rio Abaixo, Minas Gerais.
Poeta e escritor, formado em Letras. Recebeu várias premiações em Concursos estaduais, nacionais e internacionais de Literatura.

Participou de várias antologias poéticas a nível nacional e feiras de livros e de exposições de poemas nas cidades de Belo Horizonte, Montes Claros, Mariana - MG.

Detentor da “Medalha E. D’Almeida Vitor” – Revista Brasília-DF.

Autor dos livros de poesia :

“Lixos & Caprichos” – Editado pela CMC Consórcio Mineiro de Comunicação Ltda – BH, em 1991,
“Bateia Lírica” – Gráfica Ouro Preto-MG, em 1996.

Participação no Livro “Aldravismo – A Literatura do Sujeito”- pela Editora Aldrava Letras e Artes – MA-MG. Obra analisada em J.B. Donadon-Leal “Leituras, Ciência e Arte na Linguagem” – Editora UFOP, 2002.

Participação na série “Poesia de Bolso, 2003”- do CLESI – Circuito de Literatura – Ipatinga-MG. Participação no Livro “Poesia de Bolso” volume -03, CLESI-Ipatinga-MG, 2004.

Criaturas & Caricaturas (Textos J.S.Ferreira e Caricaturas de Camaleão) – 1ª Exposição – SESI-Mariana-MG, de 10 à 31 de maio/2005 e 2ª Exposição de 06 à 10 de Junho /2005 no (Patronato) - 1ª Semana de Letras – UFOP- Santa Bárbara-MG.

Co-autor do Livro “Nas Sendas de Bashô”, 2005, pela Editora Aldrava Letras e Artes – MA-MG.

Recebeu “Menção Honrosa” no 4º Prêmio Nacional de Poesias Cidade de Ipatinga-MG/2006 e 5º Lugar no 21º Festival Estadual de Poesia, em Ipatinga-MG. E 4º Lugar no “XIV Concurso de Poesias, Contos e Crônicas” da Academia de Letras de São João da Boa Vista-SP/2006.

Título de “Mérito Cultural” – UBE – Rio de Janeiro/2006.

Possui publicações esparsas em diversos jornais do país. Atualmente é Vice-Presidente, Tesoureiro e colaborador do Jornal Aldrava Cultural, em Mariana-MG. É membro do Movimento “Poetas del Mundo” e membro efetivo da Academia Marianense de Letras – Cadeira nr. 12.

ENTREVISTA



1) Você, que é poeta há tantos anos, por que sente afinidades com o aldravismo? O que é ser aldravista, para você?

- Sou um dos fundadores do aldravismo e, por isto, comungamos os mesmos ideais literários e educacionais. Trabalhando com vários textos curtos, exploro a metonímia que privilegia a parte como o todo, o que caracteriza bem o nosso aldravismo. Sinto-me bem à vontade no grupo aldravista, cujo movimento insiste em abrir portas para interpretações inusitadas dos acontecimentos cotidianos, em relatos de só aquilo que o artista viu. Para mim, ser aldravista é usufruir de uma convivência com vários autores de vários níveis culturais, sem prejuízos à minha produção cultural ou preconceitos.

2) Na próxima Feira do Livro de Ipatinga, você lança seu livro para público infantil, JENIPAPO". Desde quando, você escreve para crianças?

- Desde que me interessei pela Literatura, procuro escrever textos compreensíveis pelas crianças, que são um dos meus alvos preferidos, porque tive uma infância privilegiada e diferenciada, tendo um convívio sadio com os livros e com a natureza, que sempre estiveram presentes em minha vida.

3) O que o motivou ao título, à história?

- Dentre os textos inseridos no livro, alguns dos temas desenvolvidos citam o jenipapo, árvore nativa da região em que nasci. Essa árvore sempre esteve presente em minha memória, porque quando eu ainda criança sentia uma certa atração pela aparência dela e pelo sabor de seu fruto. Tive bons momentos junto a uma jenipapo e dela guardo as melhores recordações.



4) É comum, por exemplo, em dinâmicas de grupo, que profissionais de saúde, de educação, usem literatura infantil. Jenipapo vai se prestar á multiplicidade de leituras e atingir até ao público adulto? Qual a lição de "Jenipapo", se puder falar, sem contar o enredo, claro...



- Espero que o livro venha a despertar nas pessoas, especialmente nas crianças, o gosto pela leitura e a conscientização quanto à conservação da natureza, tão depredada nos dias atuais.



5) De que forma aconteceu a parceria que lhe possibilitou editá-lo?

- Ao longo dos anos, venho participando de vários concursos literários realizados pelo Clube dos Escritores de Ipatinga – CLESI, nos quais venho obtendo sucesso. Agora, com a parceria da Aldrava Letras e Artes com o CLESI, foi-me possível a edição do livro Jenipapo, o que considero como um prêmio de reconhecimento ao meu trabalho literário.



6) Como a capa e as ilustrações foram criadas? Você recebeu um desenho para aprovação, ou inferiu diretamente no processo criativo?

- Não inferi nem interferi em nada e nem tive participação na criatividade da artista ilustradora, que se inspirou nos textos que escrevi. Assim, deu nova roupagem e uma plasticidade perfeita ao que propus nos textos.

7) Pretende escrever mais livros para crianças?

- Claro. Tenho novos projetos em andamento, no aguardo de novos patrocínios, para serem editados.

8) Onde está o poeta no contador de histórias para a infância? Há um entrosamento (entre Poesia & Prosa) ou o processo acontece separadamente?

- No meu caso, não há interferências da prosa em minha criatividade poética. Expresso o que sinto, em poesia, e não me preocupo em contar estórias, porque a proposta do livro Jenipapo e totalmente poética, apesar de estar direcionada ao público infanto-juvenil.

9) Quando publicará novamente um livro de poemas? Algo em vista?

- Como disse, anteriormente, tenho outros livros escritos e aguardo patrocínios, para editá-los.

10)Deixe uma mensagem...

- Estamos em Mariana, Minas Gerais, buscando fazer Cultura sem verba. Graças a Deus, temos conseguido alguns pequenos patrocínios de pessoas físicas e jurídicas sensíveis à nossa causa, cujos resultados vêm sendo notados em todo o país, visto que a nossa Aldrava Letras e Artes tem sido merecedora de aplausos nos diversos meios em que atua.

Eu, particularmente, tenho três livros editados: dois, sob o patrocínio da Companhia Vale do Rio Doce e o Jenipapo, apresentado pelo CLESI e sob patrocino da USIMINAS.

Resta dizer que a nossa Editora Aldrava Letras e Artes é a Editora responsável pelo ISBN dos vários lançamentos do CLESI, para o 2º Salão do Livro de Ipatinga-MG.

Agradeço-lhe a oportunidade de poder manifestar-me a respeito do meu trabalho e peço a Deus que lhe dê muita saúde e disponibilidade para dedicar-se às nobres causas literárias, com você sempre vem fazendo.
Parabéns a você pelas perguntas inteligentes e muito obrigado por tudo quanto vem fazendo por mim e por nós da Aldrava Letras e Artes.

José Sebastião:Obrigada e meu especial abraço para vc.Saiba que conhecer você pessoalmente, e aos aldravistas, foi um dos grandes ganhos,para mim , em 2007.O trabalho de vocês é constante e tenaz e , em relação às crianças e adolescentes marianenses, sem preço: levar-lhes , na Escola, a beleza das Artes e das Letras.Com Jenipapo, você afiança essa transmissão necessária.Parabéns.

Clevane





Publicado originalmente em http://www.clevanepessoa.net/blogspot.com
por clevane pessoa de araújo lopes em 05/10/2007 às 16h06

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Deia Leal(Andréia Donadon)




Entrevista com a aldravista Andreia Donadon, de alma colorida quais seus
versos e telas.




Imagem:uma das telas cujo conjunto de duas, Outono em Chamas, foi premiada na ACVRA, em Granada, Es.Veja mais em páginas anteriores deste blog.

Andreia Donadon Leal, premiada no concuro Internacional a Associação Ccultural "Valentín Ruiz Aznar"com suas telas, faz perfeita simbiose de sua Poesia com sua Pintura.Basta ler as belas respostas à minha entrevista.Como haikaista habilidosa e pintora subjetiva,sabe pincelar palavras-folhas tenras de bambu, para dar criar a impressão de um grande bambual.E é certo que ele existe:seu imaginario fértil, com pássaros de criatividade a tatalar ,avisar, cantar.

1)Como recebeu a notícia desse prêmio?O que significou para vc?
Recebi a notícia através do site da Asociación Cultural "Valentin Ruiz Aznar" , assim que foi publicado o resultado.
É ótima a sensação de ter um trabalho reconhecido por uma associação tão importante como a Asociación Cultural "Valentiín Ruiz Aznar" de Granada (Espanha) e por um grupo de jurados tão gabaritado.
2)Como ficou sabendo desse concurso?O que é a Associação Cultural Valentín Ruiz Aznar?Como tomou conhecimento desse certame?
Indicação de um professor da UFOP doutor em Literatura.
Sobre a ACVRA, melhor do que dizer sobre ela é indicar uma visita ao site desta associação para se ter noção da sua grandiosidade e das frentes culturais em que ela atua.
Cultural Association "Valentin Ruiz Aznar"

3)Teve algum receio de enviar suas telas para tão longe?É a primeira vez que tenta um prêmio no Exterior?
Não porque a emissão de obras de arte para o exterior é amparada pelo IPHAN, além do mais eu já acreditava que minha arte representava a expressão de uma novidade. Sim é a primeira vez que enviei trabalhos para concurso de artes plásticas no exterior.

4)Vc pinta desde quando?Qual estilo mais usa?As duas telas fazem parte de alguma série sobre as estações?(se não, pretende fazê-las?)
Trabalho com pintura desde a adolescência, no entanto, não tinha coragem nem incentivo para mostrar minha arte. No entanto consolidei somente em 2001 meu estilo Aldravista, em que a arte se apresenta como insinuações, ou seja, metonímias, conforme a tendência do movimento aldravista literário de Mariana – MG, divulgado pelo Jornal Aldrava Cultural.
As duas telas premiadas na Espanha fazem parte de uma coleção em que o FOGO tematiza cada uma das telas. Outono é apenas uma metonímia da morte, seja pela maturação dos frutos, seja pelas cinzas resultantes da queima pelo fogo, ou pela escuridão do crepúsculo, seja pela escuridão da fumaça.

5) Explique aos leitores, o que significa o Movimento Cultural Aldrava.
O Movimento Cultural Aldrava teve início em Novembro de 2000, com o nascimento do Jornal Aldrava Cultural. Trata-se de uma forma de criação e de divulgação de cultura (literatura, artes plásticas e música) em que o foco principal é o SUJEITO. Esse sujeito (produtor ou leitor) é livre e heterogêneo, capaz de perceber os sentidos das coisas a partir de simples indicações, metonímias, ou seja, nem o produtor de arte a oferece como "coisa completa", nem o leitor a recebe como algo que tem sentido prévio indicado pelo artista. Ambos continuam LIVRES para CONSTRUIR SENTIDO a partir do ponto que julgar pertinente no tempo e no lugar em que se expõem diante da obra de arte. Detalhes disso encontram-se na obra Aldravismo – A literatura do Sujeito- 2002- Editora Aldrava Letras e Artes.

6)Pretende comemorar?Como?Quais as suas expectativas para sua carreira, agora?Muda alguma coisa?
Já comemorei ontem com os poetas aldravistas Gabriel Bicalho, J.S. Ferreira e J.B. Donadon Leal.
Tenho expectativa de poder mostrar meu trabalho em exposições ao longo do ano de 2007.
Não, tenho que continuar a produzir, aproveitando cada fluxo de criatividade que me venha e sabendo receber com humildade as críticas.
7)Fale um pouco sobre você (minibiografia, na primeira pessoa)
Eu sou poeta aldravista com publicações no Jornal Aldrava Cultural desde 2002. Sou contista com dois contos premiados no CLESI (Clube dos Escritores de Ipatinga). Sou formada em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto. Publiquei o livro de hai-kais "Nas Sendas de Bashô" – em conjunto com os poetas aldravistas. Tenho contos publicados no livro Prosa Gerais, CLESI - 2006. Tenho poemas publicados no livro Poesia de Bolso, CLESI -2006.
Participei da Exposição Aldravista de Arte, Casa de Cultura de Mariana, Fevereiro de 2006.
Apresentei Exposição de Arte Aldravista no Museu Casa Alphonsus de Guimaraens, de 25/11/06 a 08/12/06. Tenho publicações de telas e ilustrações no Jornal Aldrava Cultural.

8)O que a arte significa para vc, para sua vida?
Valendo-me da canção popular comida e arte são essenciais para a vida.

9)Recentemente, vc realizou uma exposição em Mariana, como sentiu a reação do público às suas telas?
Percebi que causei uma quebra nas expectativas do público de artes plásticas de Mariana, acostumado a vislumbrar pinturas de casario e arte sacra. A recepção de minha arte, no entanto, foi positiva no sentido de criar em torno de cada tela a possibilidade de discussão de temas variados, o que veio a demonstrar o caráter metonímico de minha arte.

10)Muito obrigada.Gostaria de deixar alguma mensagem ?
Eu é que agradeço pela oportunidade de ter voz ao lado de quem é voz da arte e da literatura em Minas Gerais. "

clevane pessoa de araújo em 08/12/2006

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Fernanda Pompeu, autora de 64



18/11/2006 18h13


Entrevista com Fernanda Pompeu,autora de "64"


Imagem:a significativa capa de "64",primeiro livro solo de Fernanda Pompeu(da Rede Brasileira de Escritoras-REBRA):ficção em simbiose com a realidade dos Anos de Chumbo,onde a censura era muito forte para artistas e escritores, idealistas e qualquer pessoa "suspeita " de ser contra o sistema.


Querida Clevane, aí vão as respostas as suas perguntas. Espero que estejam a contento. Estou bem impressionada com sua rapidez e capacidade de organização. Sinto que você é uma autêntica tecedora de rede. Volto a dizer: precisando de mais informações é acionar que estou à disposição.
Ponha na sua agenda meus telefones (........).
Quanto ao recado do Everi Carrara, não recebi.
Beijo grande, Fernanda.
----- Original Message -----
From: Clevane Pessoa
To: Fernanda Pompeu
Sent: Friday, November 17, 2006 3:21 PM
Subject: "64"/página do blog e entrevista com Fernada Pompeu.


Fernanda;com esse sorrisão, vc já teve noventa leituras até agora...rsss...
Recebeu o recado do Everi Carrara, do Jornal Telescópio?
Um abraço e, abaixo, seguem as perguntas.Li o ótimo release, mas partirei do princípio de que nada sei, para que os leitores saibam tanto qto precisam.,ok?
Clevane
N:
Desculpe, havia um "a" a mais em seu prenome, já corrigi-o.

Entrevista com Fernanada Pompeu


Nome completo, profissão,(mini bio)

"Fernanda Pompeu é escritora e facilitadora de oficinas de redação.
Tem alguns contos premiados e publicados. É autora de uma narrativa longa Cá Camila ou uma invenção de Alegria - ainda inédita. É co-autora do livro Brasileiras - guerreiras da Paz, publicado pela Editora Contexto.
Atualmente, escreve um conjunto de contos para um novo livro.
A boa notícia é o lançamento, em 21 de novembro de 2006, do livro 64, editado pela Brasiliense. Ao lado da escritora, convive a facilitadora de oficinas de redação. Fernanda vem trabalhado com jovens de periferia, grupo de mulheres e empresas como Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo e CETESB. Ajudando todo mundo a escrever."


1) Fernanda, a partir de que idéia e quando teve a motivação para escrever "64"?

Em 1964, a polícia entrou na minha casa e prendeu meu pai. Eu tinha oito anos. Durante os anos seguintes, a ditadura foi presença nefasta para toda a família. Sempre quis contar histórias ligadas aos vinte anos de autoritarismo. Um dia, sentei e escrevi as 64 histórias de uma vez só. Na verdade, escrevi uma história por dia.

2)Pessoalmente, o que os Anos de Chumbo representaram para sua vida, sua infância ou adolescência,seu perfil de mulher, hoje?Gostaria de falar um pouco de seu pai e de sua família?

Os Anos de Chumbo foram, para minha família, anos de medo, frustação e falta de oportunidades. Meu pai, em 1964, foi sumariamente demitido do Banco do Brasil. Ele e minha mãe deram o maior duro para criar os cinco filhos. Meu pai só voltou ao Banco por ocasião da Anistia. Hoje, ele e minha mãe seguem ativos e são petistas de estrelinha.

3)Seus personagens são interiamente ficcionais ou estão mesclados com pessoas reais?

As personagens são ficcionais sim. Algumas "simbolizam" pessoas reais; outras são filhas da imaginação pura. Agora, o ambiente, o cenário onde estas personagens atuam é histórico. Na minha maneira de ver, uma mescla interessante entre realidade e ficção.


4)Vc sempre escreveu?Quando começou?

Eu sempre escrevi. Quando jovem estudei Cinema na ECA/USP e, sempre, estava às voltas com a redação de roteiros. Depois, me tornei roteirsita de vídeo e televisão. Em 1990, escrevi vários episódios para a série Mundo da Lua - TV Cultura , SP. Por muitos anos, fui professora de roteiro no SENAC. Também me especializei na redação e edição de publicações voltadas para os temas gênero e raça; leia-se mulheres e negros. Digitando "Fernanda Pompeu" no Google é possível ler alguns textos dentro destas áreas. Agora, o sonho mesmo é vir a escrever exclusivamente literatura (sonho de muitas escritoras, não?). Por enquanto, é sonho. Mas quem sabe um dia...


5)A partir de sua vivência familiar e pessoal ,você possui ligações políticas ou é neutra, apolítica, etc?

Claro que eu sou uma pessoa política. TODOS SOMOS. Quando alguém diz que não vai tomar partido, já está tomando. Agora, eu não defendo nenhum ismo. Não sou militante. Mas tenho posição política sim. Me defino como uma DEMOCRATA. Alguém que acredita na mobilização e participação cidadãs.

6)Defina os Anos de Chumbo para as pessoas, no Brasil.

Anos de Chumbo foram os anos em que o Brasil mergulhou em sucessivos governos militares. Durou mais de vinte anos. Não foram anos só de chumbo, foram de tesoura (censura), foram de "cala a boca". Décadas de autoritarismo. A ditadura não fez somente mal aos militantes de esquerda, ela fez mal para o país inteiro.

7)Qual a real a intenção ao escrever 64:sensibilizar, informar,catarse ou apenas fazer literatura?

Fazer litaratura já é mais do que suficiente!

Um grande abraço.Essa entrevista será também enviada para Everi Carrara, do Jornal Telescópio e para o Abrace, além de outros jornais e sites ao quais pertenço.Somos ambos do Movimento Cultural Abrace, Brasil/Uruguai.Vc também poderá usá-la, após nossa publicação,com os devidos créditos , de todos nós, como é usual.
Boa sorte !
Clevane





16/11/2006 10h44
64:Release de livro de contos sobre os Anos de Chumbo,por Fernanda Pompeu
Imagem:a autora,foto enviada pela própria.Não veio com os créditos do fotógrafo.


Fernanda Pompeu-cuja capa de livro publiquei aqui no blog, envia-me o release sobre o mesmo e dados de contato




"IVRO DE CONTOS, LANÇADO PELA BRASILIENSE, RECORDA OS TEMPOS DA DITADURA NA VOZ DE VÁRIOS PERSONAGENS FICCIONAIS




O ano de 1964 interferiu na vida de todos os brasileiros e deixou marcas e lembranças. 64, da Editora Brasiliense, reúne contos da escritora Fernanda Pompeu, uma das crianças que tiveram a infância interrompida pelo medo durante os tempos da ditadura.


Todos têm uma história para contar sobre os anos de chumbo. Fernanda Pompeu tem 64. A ditadura é o que entrelaça os 64 contos da autora, criança naquela época, que conta, agora, um pouco do que viu, viveu ou criou sobre esse tempo. O livro da Brasiliense, chega às livrarias em novembro.

Não se trata de um relato sobre a ditadura com depoimentos dos que viveram esses anos conturbados. Apesar de ser uma obra de ficção com personagens inventadas, é autobiográfico, já que Fernanda era garota quando viu sua casa ser invadida por policiais do exército que levaram seu pai. A menina acompanhou a luta da mãe para encontrar o presídio onde ele estava preso e depois a luta dos dois para viver com o pouco que conseguiam com os empregos temporários, os únicos possíveis, até a Anistia, em 1979.

É essa atmosfera de medo, apreensão, angústia, pequenas alegrias e esperança que marca a obra de Fernanda Pompeu, publicada com tiragem reduzida pela primeira vez em 2004 e agora lançada pela Editora Brasiliense para o grande público. Para essa edição, a autora incluiu uma curva do tempo ajudando o leitor menos familiarizado com a época a entender os fatos que marcaram essa fase da história do Brasil.

Nos contos, várias passagens marcantes: o ano de 1964 com o golpe militar; a promulgação da Lei de Imprensa; a decretação do AI-5, em1968; o assassinato de Marighella no ano seguinte; a prisão, em 1971, e o desaparecimento de Rubens Paiva; a bárbara invasão à PUC em 1977; a promulgação da Anistia em 1979; as Diretas Já em 1984; a Constituição Federal de 1988; a descoberta de 1049 ossadas de vítimas do esquadrão da morte e de desaparecidos políticos no Cemitério Dom Bosco, em São Paulo, em 1990. Os fatos chegam até 1995, ano marcado pelo nascimento da internet comercial no Brasil. Além dessas informações históricas, no final do livro a autora preparou uma espécie de glossário crítico sobre a época.

64 histórias
“Durante anos, a ditadura militar foi um peso sobre mim e minha família e, de alguma forma, precisava tirar isso de mim”, diz Fernanda Pompeu. Ela conta que a idéia do livro surgiu 38 anos depois do Golpe, durante uma viagem de trem pela Itália. “Olhando as estações, pensando nas guerras e no que as pessoas tinham para contar, tive a sensação de que era hora de contar a minha versão e resolver essa questão do meu passado”.

Escreve, então, histórias curtas, sensíveis e vivas. Os personagens são diversos e se encontram em contos diferentes. Fernanda dá voz a Vitória, Nikita, Isadora, Pedro Paulo, Flora, Nélia e muitos outros para a relembrar esses momentos. Relembrar, nem sempre. Grande parte dos contos se passa no tempo presente do leitor e as marcas da ditadura aparecem sutilmente no perfil ou no comportamento de determinado personagem, como por exemplo no caso de Pedro Paulo, filho de algum coronel daquela época.

Vitória é a editora de revista que quando criança viu a mãe queimando os livros do pai, perseguido pela polícia. Quando ele enfim volta para casa, a menina se impressiona: “Nossa, ele chora”. Pouco envolvida com política, Isadora estava no grupo que fotografou um cemitério clandestino de desaparecidos políticos e depois disso passou a ser convidada a participar de eventos pelos direitos humanos. Só foi se engajar de verdade quando se apaixonou por Nikita, que com o seqüestro e desaparecimento do pai, perdeu a infância, a casa e o mar do Rio de Janeiro. Isadora trabalhava com Orlando, 12 anos mais velho, apaixonado por Vitória, e que lia Maiakovski quando foi decretado o AI-5.

Flora é tida pela família como desaparecida política. Aproveitou o momento e se mudou para Milão para trabalhar como prostituta. Adélia é desaparecida de fato. A mãe ainda lembra do último dia em que viu a filha, com uma pontada no coração. A frase dita pela menina, antes de desaparecer atrás da porta e da vida: “Um dia, mãe, não haverá injustiça nesse país”. Disso a mulher ainda duvida, mas segue buscando os ossos da filha morta.

Nelia não conheceu o pai, morto antes dela nascer. Determinada em realizar seu sonho, virou modelo, virou Jéssica e deixou a vida para trás.

“Quando falamos em perseguidos pela ditadura não podemos pensar apenas nos indivíduos. Para cada preso sofriam pais, filhos, irmãos, companheiros e companheiras”, diz a autora. 64 é contado pela voz desses e de tantos outros personagens. São as cicatrizes, as lembranças e as heranças deles que fazem essa ficção criada por Fernanda se avivar na memória dos que têm alguma coisa para contar dos anos de chumbo e dos que querem conhecer mais esse período.

Sobre a autora
A escritora Fernanda Pompeu nasceu no Rio de Janeiro, mas mora em São Paulo há mais de 30 anos. É roteirista, redatora e editora. Escreveu para a TV Cultura alguns episódios da série Mundo da Lua. Já publicou contos, crônicas, artigos para diversos jornais e revistas. Atualmente, trabalha em um outro livro de contos."

SERVIÇO:

Mais informações para a imprensa com Maria Fernanda Rodrigues (Lu Fernandes Escritório de Comunicação) pelo telefone (11) 3814.4600 ou pelo e-mail mariafernanda@lufernandes.com.br

Leia mais,sobre o lançamento e ainda o release do livro, enviado pela autora,em outras páginas deste blog.Inclusive o belo sorriso fotografado da autora in blue.

>>>>>>>>>>>

Se você tem interesse nos Anos de Chumbo, leia em e-book,a parte de meu livro(ainda inédito em papel:preciso de editora e ainda não a busquei), que o webmaster Lourivaldo Perez Baçan fez para mim:

NAS VELAS DO TEMPO(*)

REMINISCêNCIA DE UMA TREPÓRTER NOS ANOS DE CHUMBO

http://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/ebooks/index.php

(*) O título é uma homenagem a Leni Tristão, compositora de Juiz de Fora, versos de uma de suas canções.

Está ainda nas bibliotecas virtuais do CEN, no site Sokarinhos, e hospeda-se em outras Hps e sites.
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
psicóloga e escritora.


Publicado por clevane pessoa de araújo em 16/11/2006 às 10h44

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Página atualizada em 17.11.06 16:06


Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 18/11/2006 às 18h13

Lourivaldo Perez Baçan


14/07/2006 14h18
Entrevista com Baçan
Entrevista feita para o Jornal Estrutura





CLEVANE PESSOA COMENTA:
O ESTRUTURA APRESENTA UM ESCRITOR SUI GENERIS:
LP BAÇAN: "O MAGO DAS LETRAS, 900 LIVROS PUBLICADOS, GHOST WRITER. WEBMASTER DO CEN

Todos os escritores internautas que fazem parte do "Cá Estamos Nós", portal Brasil- Portugal, cujo "director", Carlos Leite Ribeiro, radialista e escritor, luso, mora em Marinha Grande, Portugal, têm algo de bom para falar do Baçan, o webmaster, que o organiza e aos sites, faz os livros eletrônicos das Bibliotecas Virtuais do CEN. Através de emails, com paciência, solidariedade e técnica, ele auxilia a realizar o desejo comum a todo escriba: editar livros.
Como as grandes editoras muitas vezes ignoram solenemente os inéditos que as procuram, desenvolveu-se, no País, uma boa quantidade de editoras pequenas, que funcionam publicando livros que os próprios autores pagam, muitas vezes sem ajudar na distribuição. Conheço casos de escritores que fazem empréstimos, no "Banco do Povo", em casas bancárias outras, mas percebem que vendem muitos volumes apenas no dia do lançamento, quando amigos e convidados - além da família, claro - vão ao coquetel... Depois, o susto: como pagar as dívidas? Os livros se acumulam em caixas, o autor começa a doar para escolas, bibliotecas, mandar pelo Correio para jornais, parentela, velhos professores. As livraria preferem trabalhar com autores consagrados, para garantir a venda. Poucas permitem que os livros sejam deixados em consignação... A esposa reclama daquela despesa feita, os filhos criticam... Se o leitor procurar o livro de Orígenes Lessa, "O Feijão e O Sonho", vai entender por quantos percalços passa um poeta que constitui família. A musa, agora esposa, perplexa porque poeta não ganha dinheiro suficiente et blá-blá-blá...
Na década de noventa teve início outra estratégia: escrever em sistema cooperativo. Juntam-se autores e pagam uma coletânea, que muitos chamam de antologia, esquecendo que "antologia" deve ser "la creme de la creme":uma seleção dos melhores textos de um autor, em geral, já consagrado, ou dos vários de uma escola, época ou País. Nesse esquema, muitas vezes ótimos autores têm o desprazer de se ver lado a lado com "escrevinhadores" medíocres, até ruins mesmo, apenas porque também puderam pagar uma cota. Umas editoras, fazem uma seletiva, com bom resultado, numa espécie de concurso - ou mesmo a mera triagem, é melhor que nenhuma. A miscelânea, com o tempo, marca a casa editorial, às vezes munida inicialmente de boa intenções. Isso é jogada de pessoas que, num país em crise, precisam ganhar dinheiro. Os autores, loucos para serem lidos, acorrem em enxames. Até porque podem pagar, na maioria das vezes, à prestação. Academias literárias têm feito certames, concursos. O prêmio, ter o livro editado, participar de uma coletânea. . . Uma corrida de touros e o "frisson" da expectativa, muitas vezes, secreta. "A Maria não pode nem sonhar que tirei um pouco de dinheiro das férias para estar nesse livro. . . Mas vou recuperar tudo vendendo". . .
Então, surgem os livros eletrônicos, e-books ou livros virtuais, como costumam ser chamados. Como disse um contista e cronista virtual, seu primeiro livro de papel continha tantos erros, que esfriou. Agora, os virtuais - e já são muitos - estão ali, podem ser passíveis de corrigendas à exaustão, via computador, a Tia Internet permitindo o vai-e-vem entre escritor, poeta e o webdesigner, numa comunhão que nem sempre o editor dos de papel - ou a simples gráfica - permitem. Um e outro, na Internet, não se conhecem, em geral. Um apadrinha o sonho. Outro bebe dessa possibilidade...
Certa vez, enviei ao CEN, meu texto sobre os Anos de Chumbo: minhas reminiscências de repórter, ao Baçan. Fiquei nas nuvens quando ele escreveu que faria dele um livro eletrônico, pelo valor histórico, algo assim. Está lá, nas BV do CEN: "Nas Velas do Tempo"(o título é uma homenagem ao verso de uma canção da compositora Leny Tristão, de Juiz de Fora, Minas Gerais). Detalhe: não cobraria nada. Ontem, fiz um ping-pong com ele, para apresentar ao leitor, essa pessoa especialíssima: possui 900 livros editados, muitos como escritor fantasma, sob pesudônimo, até com o gênero trocado...
Aí vai:

1) a) Desde quando escreve? O que escrevia inicialmente? Teve algum incentivo?
Escrevo desde meus doze anos e lá se vão mais de 40 anos nessa lida. Lia muito os livros de bolso da Ediouro, principalmente poemas e foi com eles que comecei a escrever, dentro das regras da versificação. Só na Faculdade fui entender os modernistas e perceber que o conteúdo era mais importante que a forma. Quanto a incentivos, na realidade eu escrevia de teimoso, pois em meus primeiros sonetos, publicados no jornalzinho da paróquia, ninguém acreditava que os versos eram meus. A pergunta que mais me incomodava era: de onde você copiou isso? Aos vinte e cinco, comecei a escrever para uma editora de livros de bolso (romance, faroeste, esoterismo, erotismo e todos os temas possíveis) e, aí, a motivação passou a ser escrever por dinheiro. Tanto que levei 21 anos para concluir minha novela "Sassarico".

b) Que faculdade você cursou?
Cursei a faculdade de letras anglo-portuguesas e fiz especialização em literatura brasileira.

2) a) Os assuntos esotéricos têm a ver com seu nick "O Mago das Letras"?
Não, na realidade, o nick veio pela habilidade que adquiri como escritor-fantasma de escrever sobre qualquer tema, desde assuntos esotéricos a um manual da futura mamãe, microondas, e outros tantos.

b) Como se sentia o escritor dentro de você, sem poder assinar esses livros?(*)
Era, de certa forma frustrante, mas divertido, porque eu tinha diversos pseudônimos, conforme o tema do livro, inclusive pseudônimos femininos, em séries eróticas. Segundo meu editor na época, Rubens Francisco Lucchetti, meu nome não era comercial (Lourivaldo Perez Baçan). Tive uma série de romances, 15 volumes aproximadamente, publicados com L P Baçan, que ele julgava mais comercial.

3) Desde quando passou a usar um computador para escrever? E a Internet?
Na realidade, relutei em usar o computador até a década de noventa. Minhas máquinas de escrever tinhas as teclas cavadas, de tanto que eu escrevia. Era uma trabalheira danada, pois a cada erro era preciso interromper o trabalho, apagar e datilografar novamente. Quando descobri as facilidades e as vantagens do computador, deixei de vez minhas máquinas. Na Internet, iniciei-me por volta de 1998 e fui um dos autores pioneiros a migrar para os livros eletrônicos. Tinha um site, onde disponibilizava meus textos em diversos formatos, bem como os tive editados em diversos formatos. O site E-Book Brasil foi quem me pôs em contato com essa nova forma e minha intenção, desde aquela data, foi de pôr na Internet meus mais de 900 livros escritos ao longo de 30 anos como escritor-fantasma. Falta muito, ainda, mas vou fazendo devagar.

4) Quando conheceu o Carlos Leite Ribeiro e como estão juntos no Portal CEN? (Como se deu essa parceria.)
Aprendi a linguagem html na marra. Enquanto navegava na Internet, encontrei o site do Portal e me inscrevi. Comecei trocando emails com o Carlos e, quando vi, estava envolvido na idéia de ser o webmaster. A idéia de montar uma Biblioteca Virtual foi do Carlos e, valendo-me do que já sabia sobre o assunto, aceitei e entramos nessa aventura grandiosa que, hoje, já tem um acervo de perto de 1000 livros. O mais importante é que a grande maior parte é de autores vivos, contemporâneos, que estão fazendo literatura hoje e para quem você pode mandar um email e discutir literatura.

5) Fale um pouco de você, como pessoa, da família, como escritor e como webmaster.
Sou um menino de vila, criado na periferia da cidade, em contato com a natureza, rio, pescaria, mata, animais, caçadas, futebol no meio da rua, brincadeiras de pique-salva, dim, pega-pega, pipas e tudo que as crianças de antes tinham direito. Desde cedo gostei de ler e, mesmo antes de aprender a escrever, interpretava os gibis de meus tios. Sou um tanto reservado. Pouco saio de casa, que considero meu reino e meu castelo. Gosto de música, da sertaneja até a clássica, de um churrasco, cerveja gelada, cachaça de alambique, de cozinhar, inventando pratos. Sou muito apegado a minha esposa, com quem convivo, mas sou desleixado em relação a minha mãe e a meus filhos que moram em Uraí e Londrina, respectivamente. Gosto de plantas. Dedico-me a cultivar hibiscos e, a partir de setembro próximo, vou me dedicar também a cultivar pimentas. Já reuni um bom número de sementes, de várias espécies, e só estou esperando a chegada da primavera para isso. Se alguém tiver sementes de comari, agradeceria se me enviassem. São difíceis de serem encontrada. Há muito deixei de ser perfecionista e de exigir isso das pessoas. Magôo-me com a mesma facilidade com que perdôo, mas não dou a outra face quando se trata de traição, de ingratidão e de desonestidade. Como escritor, estou devendo muito a mim. Tenho um livro já escrito na cabeça. Chama-se Olhos Mansos, mas não me sobra tempo para pô-lo no papel, ou no computador. Acho que perdi o tesão de escrever por desafio, ou por obrigação. Meu último livro, de poesias, chamado Alchimia, foi escrito em menos de um mês. Achei que me devia isso. Passei outros 6 meses polindo-o. Participei de muitos concursos, ganhei um bom número de prêmios, inclusive algumas condecorações, mas hoje o escritor está meio de lado. Como webmaster, cuido do Portal e dos sites de alguns amigos escritores que confiaram no meu trabalho. Isso não me toma tempo. O que realmente toma meu tempo hoje em dia é o trabalho de webeditor, publicando livros eletrônicos, e isso faço como uma missão. Tenho editado muitos livros com gosto, alguns sem remuneração, porque vi qualidades no escritor ou escritora e decidi que mereciam o incentivo que não me custa nada. Apenas meu tempo, mas, quando se faz algo de que se gosta, o tempo passa e o resultado final, a satisfação do autor, compensa tudo. Como sou aposentado e tenho uma renda garantida, posso me dar a esse luxo e o faço com o maior prazer.

6) O que significa o CEN para você?
Para mim, o CEN é um ponto de encontro, uma idéia que deu certo porque se tornou confiável, graças ao esforço e ao trabalho de seu idealizador e coadjuvantes. Atingiu uma penetração enorme e pode ser encontrado em qualquer site de busca. Isso demandou tempo e trabalho, mas foi uma parceria perfeita.

7) Gosta do que faz?
Sim, porque, como disse antes, faço as coisas quando gosto. Detesto ser mandado ou forçado a fazer alguma coisa. Passei parte de minha infância e da fase adulta, até os 45 anos, seguindo ordens, com as quais nem sempre concordava, mas "manda quem pode, obedece quem ter juízo". Afinal, de meus 14 anos até meus trinta e poucos, vivíamos uma ditadura, onde esse lema era prudente ser respeitado.

Nome: Lourivaldo Perez Baçan
Profissão: Aposentado"(mas como trabalha esse "aposentado"!!!
Clevane Pessoa


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por clevane pessoa de araújo lopes em 14/07/2006 às 14h18
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Crie o seu próprio Site do Escritor no Recanto das LetrasPágina atualizada em 20.10.07 02:54

Gislaine Canales,Trovadora


Entrevista com Gislaine Canales ( I )

Entrevista, com Gislaine Canales



Ficha cadastral: Nome, dia e mês de nascimento, naturalidade, estado civil, etc, o que mais achar importante aqui.





Gislaine Canales, Herval /RS -20/04/38-Poetisa, Trovadora, Glosadora, Pescadora, Divorciada, Delegada da UBT e Cônsul de Poetas Del Mundo- em Balneário Camboriú/SC. Bacharel em Pedagogia e Licenciada em Didática. Quatro filhos-Sete netos- Uma bisneta. Pertence a várias Instituições Literárias.



Perguntas:



1)Gislaine, se é verdade o adágio "da vida só se leva a vida que se leva", você leva, nessa, uma sementeira fértil para a Primavera plena:são trovas, sonetos, glosas.Aliás , você é conhecida pela intensa atividade trovadoresca.

Como isso acontece, em seu cotidiano?Há momentos em que escreva mais?Quais suas fontes de inspiração?



Todo momento é um momento para escrever! Sempre que vejo coisas lindas como o mar, que eu adoro, o céu, uma criança, uma flor...A noite é sempre especial para mim e , principalmente, quando leio uma trova bonita. A inspiração é tanta, que não me contenho e tenho que glosá-la .



2)Para o poeta, hoje, o que significa a Internet?E para sua vida poética?Se você não a usasse, o que seria diferente?



A Internet para mim é como se fosse uma fada, que realiza meus desejos e me dá incontáveis alegrias. Nela, eu leio poemas lindos, participo de Foros de Poesia, divulgo meu trabalho, faço muitos e verdadeiros amigos.

Se eu não usasse a Internet a vida seria tediosa.



3)As trovas em espanhol, disseminadas por você, causaram que mudanças no mundo trovadoresco?



Há seis anos fui convidada a fazer parte de um Site de língua espanhola: Poemas Romances Y Amor, PRYA, e comecei a colocar meus poemas e trovas em Português, pois não sabia nada de Espanhol. Duas poetisas do Site: Carmen Patiño Fernández, da Espanha e Sophia Ríc cio, do Uruguai, começaram a fazer as traduções para mim. Então passei a colocar os poemas nos dois idiomas e todos gostaram muito, pois eu estava aprendendo Espanhol e eles, aprendendo o Português. Agora, Carmen Patiño Fernández tem um Site dela "Aires Galegos" do qual faço parte também. Há mais duas poetisas Maria Elena /México e Cristina Oliveira /USA que traduzem meus versos. Mas o mais gostoso de tudo isso é que de tanto ler os poemas nos sites, eu aprendi e estou escrevendo direto em espanhol, e tenho inclusive me classificado como melhor poema da semana, diversas vezes, sendo a única brasileira nos sites de Espanha.

Os poetas dessa língua, que eu adoro, começaram a fazer Trovas, então coloquei em meus Jogos Florais , um Tema só para a Língua Hispânica, e foi um sucesso! Nosso Presidente Nacional da UBT, Eduardo A O Toledo, nomeou 5 trovadores, para serem Representantes da UBT no exterior, por indicação minha:

Nora Lanzieri- Argentina

Cristina Oliveira - USA

Carmen Patino Fernández-(Carmiña)-Espanha

Claudio Garibaldy Martínez Segura- República Dominicana
Maria Elena Espinosa Mata-México

Em outubro serão realizados os I Juegos Florales na Argentina. Será uma confraternização sem precedentes, unindo trovadores brasileiros e argentinos,e estarão presentes também, trovadores da República Dominicana e Chile.Cristina Oliveira e eu, já estamos planejando os I Juegos Florales dos Estados Unidos, para 2009.

As trovas em espanhol levaram a beleza da trova e a UBT para o mundo todo.



4)A que agremiações trovadorescas e de Poesia pertence?



Pertenço a UBT- União Brasileira de Trovadores-Delegada em Balneário Camboriú/SC

Cônsul de Poetas Del Mundo- em Balneário Camboriú/SC

Representante da Academia Eldoradense de Letras-El Dorado- SP

Sócia da Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni/RJ

Sócia da ABRARTE -Cultura Artística de Petrópolis/RJ

Sócia fundadora da Associação Cruzaltense de Artistas-Cruz Alta/RS

Acadêmica Fundadora da AVLLB- Academia Virtual de Letras Luso Brasileira- Cadeira nº 006-Patrono: Adelmar Tavares

Acadêmica e Patrona da Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores- AVSPE- Cônsul de Poetas Del Mundo -em Balneário Camboriú / SC.





Endereços na Internet onde tenho trabalhos publicados:
Site: www.gislainecanales.com
http://www.portalcen.org
http://www.bvcaestamosnos.hpg.ig.com.br/gislaine/gislaine.htm
http://www.poemasromancesyamor.com/htmlpages/poetas/gislaine/gislaine.htm
http://www.ubtportoalegre.org
http://portodossonhosedaspoesias.cliente.argo.br/~sarahrodrigues/porto.htm
http://www.geocities.com/belmirofs/glosas.htm
http://www.palavreiros.hpg.ig.com.br/index.html
http://www.velhosamigos.com.br
http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/pn02/pn001545.htm
http://br.groups.yahoo.com/group/jornalacademialiteraria/
http://planeta.terra.com.br/prosapoesiaecia/
http://porticoliteropoetiko.com.br
http://groups.msn.com/ALEGRIANOVIVER
http://www.melodysoft.com/cgi_bin/foro.cgi?ID=florecia
http://groups.msn.com/turmadasalaassuntandode50/assunatndomaisde50/msnw
http://www.vivapoesiaviva.kit.net/vpc.htm
http://www.Amigos_Verso&Prosa
http://www.notivaga.com
http://www.puentedelamistad.com
http://escolatrovadorespoetas.com
http://www.airesgalegos.com
http://www.trovadorescibernautas.com

www.falandodetrova.com



5)Alguma vez contabilizou quantos prêmios e classificações já mereceram suas trovas?



Nunca contabilizei, porque sou meio desorganizada a esse respeito, mas penso que tenho mais de uma centena de classificações.



6)Publicou livros ou e-books?Quais?



Publiquei impressos: um Livro de Glosas de Trovas (Esgotado) e agora um Livro, em duo com minha irmã Delcy Canalles: Tênis de Sextilhas.

Em meu site, tenho 34 E-books publicados de Glosas de Trovas.

Participo de 34 Antologias Poéticas.



7)Baseada em sua vivência , defina o que é ser trovador.



Ser Trovador é ter o vírus da trova no sangue, e não passar um dia sequer sem fazer ou ler uma trova, e também procurar contagiar todos os amigos com esse vírus que só traz alegrias.







8)E defina , para você, o que é uma trova.



A trova é um mini poema, de 4 versos, setessilábicos, rimando o primeiro com o terceiro e o segundo com o quarto verso, com sentido completo. Por ser um poema pequeno, é muito popular. O povo, em geral, sabe sempre alguma trova de cor...É quase como um vício...quem aprende a trovar, não pára mais...Nas trovas encontramos mensagens maravilhosas...





9)Explique ao leitor, o que significa glosar, o que é uma glosa e qual a receptividade que você percebe em relação a esse gênero poético .



A glosa, ou comentário, alcançou fama e dignidade com os juristas da idade média, na análise dos conteúdos dos formadores e intérpretes da lei, em especial dos institutos do direito romano.

Na mesma época, noutro departamento de cultura, o das musas, a glosa se constituiu no esporte poético das cortes européias, dos jograis e minnesingers.

Nos primórdios do século dezessete, em Portugal e no Brasil, a glosa era freqüente entre os líricos das academias e cenáculos.

No Rio Grande do Sul, destacou-se sobremaneira, no gênero, o trovador e poeta Pedro Nunes Fagundes, ou Pedro Canga, personagem histórico da facção legalista da década farroupilha, sobre o qual se deteve com simpatia o gaúcho honorário Guilhermino César.

Glosa de Trovas, é uma composição literária em forma de quadras, de que servem de mote os versos de uma trova. Mote é a trova que serve de inspiração.

O Glosador multiplica a trova glosada em outras quatro, repetindo-a

verso por verso, cada qual ajustado às novas trovas, uma a uma, numa seqüência poética peculiar das idéias recriadas. Com isso, a glosa recebe título à parte e exibe grandeza própria.

Tecnicamente, a glosa é o desdobramento de uma outra composição mais curta - o mote. Cada um dos versos do mote começa, integra ou termina cada uma das estrofes da glosa. As estrofes da glosa serão tantas, quantos forem os versos do mote.

Eu coloco o primeiro verso do Mote, no primeiro verso da primeira trova da Glosa, o segundo verso do Mote, no segundo verso da segunda trova da Glosa, o terceiro verso da Mote, no terceiro verso, da terceira trova da Glosa e o quarto verso do Mote, no quarto verso da quarta trova da Glosa.

Cada trova glosada representa, a meu ver, uma homenagem ao seu autor.

É muito gostoso glosar, porque ao mesmo tempo que divulgamos nosso trabalho, estamos divulgando o trabalho de nossos irmãos trovadores.

A glosa tem sido, ao longo do tempo, um exercício esporádico, uma espécie de desafio lúdico em que os poetas mostram sua capacidade de recriar ou mesmo de parafrasear, desdobrando os temas sugeridos.

O cultivo, o exercício da arte de glosar, de forma exclusiva, é coisa recente. Nos dias atuais, temos muitos representantes dessa modalidade poética. Alguns poetas e trovadores ligados ao movimento trovadoresco no Brasil, como Fernando Elviro de Niterói-RJ, Manoel Fernandes Filho do Rio de Janeiro e Olga Maria Dias Ferreira do Rio Grande do Sul, e eu, Gislaine Canales -SC – e outros,vêm se dedicando ultimamente a esse interessante mister.

A receptividade dessa modalidade de poesia é ótima, pois os trovadores glosados sentem-se honrados e agradecem emocionados.





10)Fale um pouco de suas atividades.



Adoro nadar e viajar. Passo minhas noites na Internet, navegando, lendo e escrevendo. Participo de 3 sites de língua espanhola, onde todos são amigos, e comentam os poemas uns dos outros, diariamente. Hoje já tenho mais de 2.00 0 glosas editadas em meu site. Não posso ler uma trova linda que já a gloso. Glosar é um prazer muito grande, e gosto muito de ao mesmo tempo que divulgo o meu trabalho, estar homenageando e divulgando o trabalho de meus irmãos trovadores.





11)Sua família abraça a causa da poesias, da trova?



Minha mãe Ireni Canalles, foi a minha maior incentivadora e minha maior fã. Minha irmã Delcy Canalles, além de incentivadora, foi minha mestra, tudo o que sei, aprendi com ela e a ela devo toda a alegria e a felicidade que a trova me proporciona. Meus filhos também me incentivam muito.

12)Deixe uma mensagem...

Como sou Glosadora, e a mensagem que gostaria de externar, é que a paz se faça presente em nosso mundo, deixo, então, essa Glosa, como minha mensagem:

Glosando Delcy Canalles

Gislaine Canales



DESEJO DE PAZ



MOTE:



O desejo mais profundo,

que tenho na consciência,

é ver a paz neste mundo

em lugar da violência!



O desejo mais profundo,

Que nasce em meu interior,

me cerca e, dele, me inundo,

lutando em nome do amor!



Este doce sentimento

que tenho na consciência,

chora, em suave lamento,

ao ver morrer a inocência!



E o sonho que eu sonho, a fundo,

com carinho e muito ardor,

é ver a paz neste mundo

reinar, no lugar da dor!



Que a paz brilhe com fulgores

e que tenha resistência,

que brotem versos e flores

em lugar da violência!







Glosando Delcy Canalles

Gislaine Canales

Traducida por Cristina Oliveira-USA



DESEO DE PAZ





Deseo en lo más profundo,
y que tengo en la conciencia,
ver la paz en este mundo,
¡en lugar de la violencia!

Deseo en lo más profundo,
que nace de mi interior,
que muy cerca de él me inundo,
¡luchando en nombre de amor!

Este dulce sentimiento,
y que tengo en la conciencia,
llora en un suave lamento,
¡al ver morir la inocencia!

Yo sueño que un sueño fundo,
con cariño y con ardor,
ver la paz en este mundo
¡reine en lugar de dolor!

Que la paz brille en fulgores,
y que tenga resistencia,
que broten versos y flores
¡en lugar de la violencia!


Como disse para Lairton Trovão de Andrade, numa entrevista que dei a ele, sou uma alegre, otimista e sonhadora adolescente, de 69 anos.

www.gislainecanales.com

Curiosa, perguntei a Gislaine Canales, a origem do "Tênis de Sextilhas", título muito interessante.
Ela explicou e lembrei-me de que , entre 2004 e 2005, quando o Gilson Matos ainda vivia e a Escola Tropo, de trovadores, era muito movimentada, eu que era das professoras, convocava, tarde da noite e cedo,nos finais de semana, os trovadores para torneios de pingue-pongue de trovas, com direito a aquecimento e tudo, quando o Luiz Poeta do rio, por exemplo, chegava correndo da Escola inde leciona, para entrar no circuito.
Logo depois a Gislaine , já tarimbada em trovas e cheia de enrgia,, entrou na ET e começou a ajudar Mestre Nilson a manter vívida a esciola.Bons tempos-e adorei essa relembrança.
Vejam a resposta da Gis:


G*I*S*L*A*N*E C*A*N*A*L*E*S



Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 25/09/2007 às 15h29
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Complementação:

25/09/2007 15h38
Entrevista ( I I )Gislaine Canales complementa a sexta resposta à minha pergunta::Por que "Tênis de Sextilhas"?
"Muitos trovadores jogam Ping Pong de Trovas, que é um tipo de jogo,onde a trova respondida inicia com o último verso da trova enviada.

Nós inventamos o Tênis de Sextilhas- que é o mesmo tipo, mas escrito em Sextilhas. Fiz a primeira e Delcy respondeu, sempre começando com o último verso, depois eu respondi... Começamos a escrever minha irmã e eu, para eu aprender a fazer esse tipo de poesia, e foi ficando interessante, continuamos escrevendo e então resolvemos editar.



(Duas Sextilhas do Livro)



TÊNIS DE SEXTILHAS

Gislaine e Delcy



Para poder enxergar,

não basta somente olhar.

Precisamos de carinho

para a vida preencher,

para que possamos ser

alguém em nosso caminho!

Gislaine



Alguém em nosso caminho,

tentando afastar o espinho

que vai ferir nossa mão,

põe no gesto de ternura

a maciez e a doçura,

que vem do seu coração!

Delcy "




A rosa é símbolo do trovador.Para as irmãs trovadoras










Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 25/09/2007 às 15h38

Álvaro de Souza me entrevista



Foto:de quando morei em Belém(entre 1986 e 1990).

Entrevista antiguinha(dos Anos 80,em Belém do Pará.Não tenho a data)...



)Minibiografia e entrevista com a psicóloga Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Por Álvaro de Sousa,estudante de Comunicação




"Clevane Pessoa de Araújo Lopes,é escritora,dois livros de Poesias editados,quinze e-books,mais de trinta antologias,premiada no Brasil e no exterior.Escreve prosa,poesia e crítica literária.

No compêndio "Adolescência-Aspectos Clínicos e Psicossociais",organizada pelos Drs em Hebiatria Maria da Conceição de Oliveira costa e Ronald Pagnocelli de Souza(Editora ARTMED,de Porto Alegre,RS),é co-autora nos capítulos "Comportamento Sexual" (pgs203 a 210),com os organizadores e "Comportamento Homossexual",em parceria como sexólogo Ricardo Cavalcanti(pags 370 a 381).

Neste importante compêndio é a única psicóloga convidada entre médicos de várias especialidades, nutricionistas, enfermeiras.Sua experiência com adolescência,tem início nos Anos 80,quando morava em S.Luiz ,Ma e o MS encampou seu anteprojeto de Atenção Integral À Saúde da XCriança e da Adolescência,o que envolvia equipe interdisciplinar e novidade,então.O então Presidente José Sarney autorizou um projeto- piloto,experimental para Brasília e S..Luiz.O antigo INAMPS,então,criouuma "OS"(Ordem de serviço,autorizando que todos os adolescentes tivessem atendimento especializado em postos de saúde.

A convite de secretarias de saúde,ministrou capacitações e participou de muitos congressos especiaizados,quando ainda se falava pouco na temática de adolescência.

Considera que "não há mais tantas novidades a ensinar,mas é preciso estar alerta e acompanhar os sinais de novos tempos e costumes,estar sempre ao lado do adolescente,um ser em formação,os futuros "pais e país amanhã"(frase de sua autoria,hoje muito repetida sem autor)".

Apresentou,em congressos e seminários,temas então polêmicos,como Gravidez na Adolescência,Homossexualidade Circunstancial(outro termo seu,"adotado" por especialistas,mas que em 1986,quando apresentou sua pesquisa,no Congresso de Adolescência,do Rio de Janeiro,causou muito impacto,pois muitos,inclusive médicos,ainda consideravam o adolescente um "ser doente".Os seis trabalhos-base estão publicados nos anais desse congresso.Em outros,apresentou trabalhos baseados em sua experiência clínica, como o fenômeno social da Pichação e a problemática do estupro.

Também sobre a sexualidade das pessoas especiais,escreveu e ministrou muitas palestras,grupos de pais,etc.

No Hospital Júlia Kubtischeck,de Belo Horizonte,MG,criou o SAISCA(Serviço de Atenção Integral ao Adolescente)sua grande paixão em tudo que já fez como psicóloga. Orientou a equipe interdisciplinar,promoveu a inclusão de especiais e manteve laços estreitos entre o SAISCA e a Escola Estadual Amaro Neves Barreto,que atendia a crianças e adolescentes com deficiências múltiplas.manteve Clube de pais e palestrou paraa comunidade até se aposentar,enfocando o comportamento humano eficiente e o deficiente,mostrando a melhor forma de lidar com as diferenças.Prestou apoio psicológico à antiga unidade da FEBEM do barreiro,vizinha ao HJK,onde a maioria dos internos era deficiente físico ou mental.Atendeu a casais e famílias em igrejas de qualquer Credo,nos quase vinte bairros circunvizinhos ao HKK(Barreiro de Cima).

Dos trabalhos que mais gostou de realizar,além daCasa da criança e do Adolescente(SAISCA)destacam-se:

1)Recreação hospitalar em S.Luiz,Ma,na Unidade Materno Infantil,nos Anos 80,onde os pequenos internados eram recreados "até Bumba meu Boi Infantil,levamos no hospital,em época junina",lembra-montamos uma grande sala de ludoterapia e recreação,na cobertura do Hospital e ainda conseguimos que as mães acompanhassem os filhos doentes,o que reduziu muito o tempo de internação.
As mães passavam por uma prática educatica,"considero que foi a harmonia da equipe,transdisciplinar,intradisciplinar e interdisciplinar que possibilitaram a criação de tantas frentes de ação.Destaco o trabalho de Angelina Mineiro Mendes,que funcionava como um doutor da alegria,visitando mesmo as crianças,por exemplo,com Meningite,no isolamento,e a disponibilidade das Assistentes Sociais,dos agentes administrativos do programa.

Quando fomos convocados pela Dra.Albertina Takiuti Duarte, fomos a S.Paulo,todos os representantes de estados brasileiros,envolvidos com adolescência.A grande pioneira médica brasileira,em adolescência,éramos o único estado com tudo funcionando:já tínhamos um projeto em andamento e o questionário que criei,chamado MPA”Meu perfil Adolescente”,que é tanto quantitativo quanto qualitativo).
A imprensa nos dava uma atenção especial em S.Luiz.Houve dia de eu acordar e ter de vestir algo sobre o maiô,antes de ir à praia,porque a empregada avisava que uns repórteres esperavam na sala.Qualquer notícia vinculada,direta ou indiretamente,ao adolescente,nos procuravam.S.Luiz possuía lindos projetos que lá encontrei:o “João e Maria”,de ajuda aos meninos de rua,o “Madalena”,para prostitutas,o de office boys:os rapazinhos eram tirados da rua e trabalhavam na Assembléia,na Câmara,de terno e gravata,não obstante o calor...Mas como se sentiam importantes!
Certa feita,fui chamada,de Belo Horizonte,para fazer oficinas com os adolescentes da escola que funciona dentro da UFMA.Foi fantástico,Uma semana de conversa,franca e aberta com eles.Anos depois,vieram a Belo Horizonte,

2)
Em 2002
Para o CECIP (Centro de Criação de Imagem popular),no Rio de janeiro,com o apoio da Kellog,no qual gravou 48h de oficinas com adolescentes de várias classes sociais:meninos feirantes,adolescentes da Rocinha,meninas institucionalizados(do Instituto S.Martinho),mães-meninas,crianças e adolescentes de classe média e alta,inclusive jovens vestibulandos e uma estudante de medicina.
O Projeto,da Dra Evelyn Eisestein e do desenhista Claudius Ceccon,presidente do CECIP.
"Esse projeto reuniu um grande grupo de especialistas nas questões da adolescêcia e para cada tema eu preparava uma oficina.Na ocasião,trabalhava no HJK de Bh e ia para o Rio toda sexta à noite ou sábado de manhã.Gravávamos o diainteiro e voltava para casa-e para o hospital-começando no HJK,normalmente,toda segunda feira.
Foram trê meses.
Nas férias,eu estava em Natal,em casa de meus pais quando chegou uma grande caixa com todos os textos para eu revisar,segundo D.Clery,a secretária do projeto,a pedido da dra.Evelyn.isso não me chateou,pois adoro escrever e estava apaixonada pelo projeto.Meu marido ficou impressionadíssimo,pois além das corrigendas em casa,ainda levava a papelada para a praia"

As falas dos adolescentes foram transformadas ,por roteiristas,em esquetes sobre cada um dos assuntos enfocados,regravadas por alunos do Tablado,o que resultou em excelentes vídeos educativos.O Kit desse projeto,que se chama "Saúde,Vida,Alegria",vem numa caixa,com eles,manuais para educadores e folhetos para adolescentes.Os manuais se chamam "Sugestões Metodológicas" e "Mensagens Ilustradas"(com as quais,o educador poderá preparar material educativo.
Os coordenadores,Evelyn Eisenstein e Claudius Ceccon(o chargista Claudius),ela em Saúde,ele em Comunicação ,buscaram o m
elhor.O que era pouco usual.Hoje,vemos TVs entrevistando
adolescentes.
"Até então,era comum se falar sobre e do adolescente e não com ele,para ele.Foi um marco,sem dúvida."

A edição do kit é da ArtMed,uma ótima editora.

"Nesse projeto,atuei mais como psicóloga,revisora.Dos manejos criados,resultou um manual,
até hoje,inédito,mas apostilado e repassado demão em mão,já vi
muita coisa criada por mim,para esse trabalho-e mesmo outros-ser copiada,modificada e...assinada.Como
escritora,tenho uma frente de campanha que chamo "Campanha pelos Direitos Autorais:engrosse esse rio" e detesto "copiadores",mas a consciência
do coletividade alegra-se,por saber que direta e indiretamente,consigo ajudar a tantos adolescentes(e profissionais que com eles lidam)


3)Trabalho em Emaús,aqui em Belém

" Dra Maria da Conceição de Oliveira Costa,uma das primeiras pediatras a doutorar-se em adolescência noBrasil,conheci ministrando uma excelente aula de desenvolvimento do adolescente(Síndrome da Adolescência Normal).Eu fui convidada a,dando prosseguimento ao trabalho de equipe que ajudara a desenvolver ao chegar em Belém,quando já retornara a Belo Horizonte, Minas gerais a dar um treinamento para todos
os profissionais que trabalhariam na URE,Unidade de Referência(em adolescência) .Eram muitos assuntos:droagadição,gestação...Elogiei aquela aula magistral e conversamos muito.
Antes, a SeSPA(Secretaria de saúde do Pará),solicitou ao MS minha presença e fui liberada,pelo Diretor do HJK,em BH, para esse treinamento.

Tempos depois, a Dra.Conceição,de quem me tornei grande amiga,por causa,principalmente de nossos interesses comuns,teve uma atuação
fantástica em Emaús,do Padre Brunno conhecido nacionalmente.
Conceição montou um projeto,encampado pela Fundação Mac Arthur ,montou escovódromos,para os meninos pobres ou de rua irem cuidar da saúde bucal,gabinetes de odontologia,de ginecologia,tirou as adolescentes prostitutas da rua...Se vc for visitar lá,vai encontrar uma fábrica de recuperação de bonecas:velhas,sofrem uma renovação total:roupas,cabelos,olhos.Vendidas,ajudam a comprar o leite das crianças suas filhas-e elas não precisam mais se prostituir.
Esse projeto novo,chama-se Educação em Saúde e Comunidadee é a Kellogg,como no do CECIP,a patrocinadora.
Visa formar liderança e protagonismo nos adolescentes,pois é um mito que o líder nasce pronto.Criei dezenas de manejos para dinâmicas no assunto,jogos,é muito prazeiroso,para Conceição e eu,darmos aulas,debatermos,jogarmos com essa moçada inteligente e vibrante.Pela manhã,treinamos professores ,também muito comprometidos com as causas sociais e à tarde,os jovens líderes.
Fico apaixonada com o grau de comprometimento dos jovens de Emaús,aqui em com suas comunidades, a vontade de saber,de chegarem a curso superior.
Não sei se é de seu conhecimento,mas cada sala de aula em Emaús,é uma unidade separada,tipo célula de colméia,o que é muito significativo.Os adolescentes praticam trabalhos em marcenarias, pocilgas,farmácia natural,alfaitarias...Já temos vários líderes,com trabalho em destaque,mas todos tem a consciência de que precisam mudar para melhor seu grupo comunitário.Muitos me falaram em ser psicólogos,como a quedeles cuida lá,ou eu.Ou médicos,como a Dra.Conceição.É fantásticoe espero que alcancem seus objetivos.




É a terceira vez que venho a Belém ,a convite da SESPA e autorizada pelo Depto de Adolescência do Ministério da Saúde

4)Congresso de Adolescência da SOMAPE,em Cuiabá,Matogrosso

O que me impresssionou nesse congresso,não foi a quantidade de temas e momentos(com os profissionais,com pais e oficinas para adolescentes),todos os dias,mas a integração com a APAE local:os adolescentes com deficiências múltiplas,participaram,mesmo de psicodramas,com uma alegria que nos contagiava.Exatamente como no HJK,qdo vinham os meninos com retardo,da FEBEM e davam conta dorecado,na sua medida,mas convincentes...
Nada havia que nos preparasse para essa semana mágica:eu aceitei o desafio,e conduzi os ditos eficientes e os outros.Uma Irmã dinâmica e incrível,chamada Maria José,levou as mocinhas institucionalizadas para conversarem comigo,depois eles participaram de um jogral,
que eu escrevera para “meus” adolescentes do HJK...



Mini biografia:

Associada à REBRA,Rede Brasileira de escritoras,trabalha atualmente em várias frentes e campanhas:

profissão:escritor,escritora,poeta,poetisa.

campanha pelos direitos autorais,engrosse este rio.

especiais:diferentes que são iguais,iguais que são diferentes.

escritores indígenas:brasileiros!

etc

É ilustradora,tendo estudado desenho na SBAAP.Ilustra:trinta capas individuaismde "Maldita perfeição",de Jairo Rodrigues,
o espetáculo cênico Completa Ceia(Rogério Salgado,Poesia Erótica),Brincando de Representar(esquetes Teatrais,de Virgilene Araújo).O número quatro da rwevista estalo(onde possui uma ilustração,a bico-de-pena,no número três).Fez cinco capas ,para o cordelista Rodolfo Cavalcanti.Expôs na I Mostra de arte da FUMEC,fac.de psicologia,telas e poesia ilustrada.Foi Menção Honrosa com "Pequeno/Grande Mundo do irmão Caçula,desenho sobre seu mano Júnior,com Síndrome de Down.Ilustrava sua página Gente,Letras e Artes,na Gazeta Comercial de Juiz de Fra,MG.
Seu segundo livro de Poesias,"Asas de Água",possui desenhos seus.A coletânea Re-In-Sacando poesiaVI,de Rogério salgado & vários autores,traz seus desenhos,bem como a edição solo do"In-Sacando poesia,do mesmo".
Fez desenhos para o jornal"O Liberal",em S.Luiz Maranhão e outros.

Palestrista,conferencista,criou o PPP(Projeto Poesia no Pano(desenhadas e ilustradas pela autora)(...)



N:Encontrei essa entrevista,que foi gravada,depois enviada pelo Correio,que concedia um jovem estudante,faltando grande parte,talvez folhas jogadas fora,por causa das muitas mudanças de cidade (acompanhando meu marido Eduardo Lopes da Silva,engenheiro civil).No boom que houve de vírus,perdi o arquivo completo.


O interessante é que ontem,pesquisando,na Internet,no Google,alguma coisa sobre meu nome ligado a assunto a pertinentes à adolescência,tive uma grande alegria:há um grupo e jovens que lutam pelos Direitos Humanos,em várias partes do país.Uma das garotas de Emaús terminou seu depoimento citando:

“O impossível é impossível só até acontecer”Clevane Pessoa.

Esse,um verso de uma de minhas poesias que lhes passei.O contexto é o mesmo,apenas na verdade,escrevi;
O impossível é imprevisível sóaté acontecer”.

Fiquei,nem preciso dizer,extremamente comovida.Bom saber que tantos anos depois,minha palavra ainda ressoa naquela alma!

Clevane
clevane@yahoo.com.br

Tentei atualizar a minibiografia,mas faltam muitos dados,depois voltarei aqui.
Clevane


Publicado por clevane pessoa de araújo lopes em 06/06/2006 às 23h03
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Entrevista a João de Abreu Borges




Sou entrevistada por João de Abreu Borges, meu editor de "Mulheres de sal, Água e Afins", no seu site "Canção do ser":

http://paginas.terra.com.br/arte/cancaodoser/entrevistas_013_clevane_pessoa.html

Recado de Bernardo Erwin

Olá,

Já se vão quase 5 meses desde que o site das Músicas do Espinhaço ganhou vida, escrevo agora pra falar um pouco sobre o que se passou depois disso. Escrevo também para agradecer todo o carinho e atenção, e-mails, telefonemas e até cartas que me foram enviadas por pessoas que se sensibilizaram pelas músicas, pela causa, pela natureza do Espinhaço. Para estas pessoas relato minha gratidão em trecho da letra de “Sempre-vila”, canção que estou gravando e que será parte daquelas pertencentes ao disco II.

Agradeço também os sites, blogs, mídias, MSNs, emails, jornais que divulgaram e promoveram este trabalho, quase sempre de forma espontânea. Destaco a honra de ser entrevistado pela poetiza e escritora Clevane Lopes e ter esta entrevista divulgada no fantástico site brasiliense Açougue Cultural T-bone.
Graças também ao incentivo de alguns outros seres de nobreza semelhante estou adquirindo novos equipamentos e o Disco II já está sendo gravado dentro da minha própria casa, no MG10 HomEstudios, o que acabou por ser a melhor opção em decorrência da necessidade de acertar horários com os amigos-músicos que estão participando do projeto. Mixagem e a masterização deverão acontecer em São Paulo. A expectativa é de que até o fim do outono de 2008 este trabalho esteja pronto junto com um vídeo-clipe, gentileza de outros dois amigos “peso-pesados” do ramo de animação e 3d.

Nestes últimos 5 meses recebi convites para conhecer mais lugares do Espinhaço e alguns desses paraísos visitados já se transformaram em música. Em breve, serão disponibilizadas as fotos e os textos destes outros espaços sagrados.

Outro convite foi feito pela professora Mariana Lacerda para expor fotografias da Serra do Espinhaço num evento que acontecerá de 26 a 28 de setembro na UFMG (IGC e ICB). Para os amantes da cordilheira brasileira haverão também palestras e debates sobre o assunto. A entrada é gratuita.

Algumas pessoas que visitaram a seção Discografia reclamaram da impossibilidade de compra de algum trabalho das Músicas do Espinhaço. Desde agosto a questão foi solucionada, está disponível para venda o Cd-rom O Caminho Diamante que conta com duas músicas de minha autoria. Esta mídia interativa pode ser adquirida com frete gratuito pela internet, em livrarias de BH e dentro de um mês será comercializada em todas as bancas da região metropolitana da capital mineira pelo sistema de distribuição do jornal Estado de Minas.

Muito do que aconteceu serviu para mostrar o interesse de mais gente nesta natureza única. Há quase 4 meses me uni a um grupo de pessoas com este espírito para criarmos uma ONG dedicada à Serra do Espinhaço. Os trabalhos estão adiantados, com a Associação Montanhas do Espinhaço já formalizada. Em breve vocês serão convidados
para conhecer o site desta ONG e os projetos de base voluntária que estão sendo pensados para preservar os ambientes e disseminar a cultura de montanha em Minas Gerais.
Um abraço forte e muita paz procês,

Bernardo

Karina Araújo Campos entrevista-me sobre Síndrome de Down


06/06/2006 14h53

Foto:Karina e eu, Natal 2006


Entrevista sobre Síndrome de Down



Alunas da FUMEC aqui de belo Horizonte,Mg,Brasil,fizeram um trabalho bem interessante,com pesquisa de campo,sobre a Síndrome de Down(além de psicóloga,tenho um mano caçula que é sindrômicamente lindo e trabalho com as essas pessoais especialíssimas!).Fui entrevistada por Karina Araújo Campos:


Entrevista com Clevane Pessoa de Araújo Lopes

Disciplina: Metodologia de Pesquisa Científica II

Projeto de Pesquisa: “Qual a definição de amor para o adolescente com Síndrome de Down?”

Alunas: Karina Araújo Campos, Mirian Ludimilla Barroso, Jandira Soares.

Entrevista com a Psicóloga Clínica Clevane Pessoa de Araújo Lopes – CRP:04/2539

Biografia:

Clevane Pessoa nasceu numa cidade do Rio Grande do Norte, São José de Mipibu. É radicada em Minas Gerais desde a infância, embora tenha viajado muito pelos brasis, acompanhando seus pais,Terezinha do Menino Jesus e Lourival Pessoa. Concluiu na FUMEC-BH, o curso de Psicologia iniciado em Juiz de Fora(CES). Pioneira no atendimento a adolescentes, teve seu projeto de Atenção Integral ao Adolescente tornado ordem de serviço no antigo INAMPS (extinto), quando morava no Maranhão. Implantou o serviço naquele Estado, depois no Pará, em Belém, onde morou por três anos e depois de voltar a BH, em 1990, voltou várias vezes para ministrar cursos de capacitação, a convite do Ministério da Saúde, do qual era consultora em adolescência e da SESPA. No Rio de Janeiro, participou como oficineira e revisora, em Metodologia. Participativa, no Projeto Vida, Saúde, Alegria, uma parceria da Kellog e do Cecip, em projeto criado pelo desenhista Claudius Ceccon e pela hebeatra Evelyn Eisestein.Gravou, 48 horas de vídeo. Os subprodutos das oficinas foram manuais, vídeos e folders. Também pela Kellog, desta feita com a ONG Emaús, em Belém do Pará, no projeto Educação e Saúde em Comunidade, da hebeatra Maria da Conceição de Oliveira Costa realizou as oficinas sobre liderança e protagonismo na Adolescência, para adolescentes e o corpo docente da escola de Emaús.
Em Belo Horizonte, foi fundadora e coordenou a chamada “Casa da criança e do adolescente”(SAISCA:Serviço de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente), no HJK,de 1990 até sua aposentadoria, em 1997.
Coordenou, a pedido do Ministério da Saúde, Serviço deAdolescência,o I Seminário de Sexualidade e Saúde Reprodutiva na Adolescência, nesse hospital. Atendeu, extra muros, à FEBEM doBarreiro (educadores, em especial), onde estavam, institucionalizados, crianças e adolescentes deficientes mentais. Na Escola Estadual Amaro Neves Barreto, para Deficiências Múltiplas, treinou o corpo docente em sexualidade do deficiente,o que fez em várias escolas para especiais, como o Instituto Pestalozzi de BH, a APAE de Manhuaçu, entre outras.
È co-autora,nos capítulos Homossexualidade na Adolescência e Educação Sexual do Adolescente,no compêndio “Adolescência, Aspectos Clínicos e Psicossociais, da ARTEMED Editora(Porto Alegre-RS), organizado pelos Drs Maria da Conceição de Oliveira Costa e Ronald Pagnocelli de Souza, hebeatras. Palestrista e conferencista em congressos e seminários, tem trabalhos científicos editados no Jornal de Pediatria, em co-autoria.

Pergunta: Sabemos que uma das características do portador da Síndrome de Down, além das características físicas, é um atraso no desenvolvimento em vários aspectos da sua vida. Através da sua experiência com este grupo, você diria que os adolescentes com Síndrome de Down poderiam se encaixar na mesma faixa etária do grupo controle, que é considerada de 12 a 18 anos? Por que?
Resposta: As pessoas com Síndrome de Down apresentam uma variedade muito ampla no seu desenvolvimento pubertário e sexual.Isso quer dizer que a faixa diferencial entre as citas pessoas é maior que entre os adolescentes não sindrômicos.Uma garota de dezoito anos, com a Síndrome, pode apresentar puberdade resolvida, com todas as características esperadas, mas não ter entrado ainda na adolescência, caracterizada pelos aspectos emocionais e psicossociais de cunho praticamente universal, com certas diferenças culturais ou raciais.Isto se deve principalmente ao Modus vivendi:muitas famílias vêem o adolescente sindrômico como uma criancinha, não estimulando seu desenvolvimento.O atraso intelectual também é outro fator,percebo que crianças devidamente estimuladas socialmente, apaixonam-se, namoram,dentro dos limites de suas capacidades emocionais.O jovem com Síndrome de Down é emotivo e por isso, pode sofrer perdas amorosas com grande intensidade.Alguns, porém, mudam sempre a direção de seus interesses, pois adoram receber atenção.Em muito casos,reagem a cuidados e brincadeiras de pessoas não sindrômicas,com intensidade, sendo faclimente levados à paixão, por isso, é absolutamente necessário que estratégias familiares, diálogos ,aconteça, a fim de que se diluam suas mágoas e estados depressivos causados por frustração amorosa. É importante também que participem de esportes, dança, artesanato,para que se sintam felizes convivendo grupalmente.Nunca se deve segregar um Down de vivências sociais.Eles gostam de ir a festinhas,concorrer, apresentar-se.Os tímidos devem ser levados a uma participação social maior.

Pergunta: Observamos que durante a infância as crianças portadoras de S.D. apresentam uma demonstração de afeto e “amor” direcionados principalmente aos pais e familiares. De acordo com sua visão e experiência, o portador da Síndrome de Down faz uma interpretação diferenciada deste afeto / amor em sua transição pela adolescência?

Resposta: Certamente o adolescente sindrômico, em especial os que não são muito comprometiods neurologicamente, são capazes de fazer a transição para os diversos tipos de afetividade e amorosidade.Muitos, evidentemente, são muito apegados às pessoas muito próximas, seja na constelação familiar ou na escola,em seus grupos de participação social.Quando se apaixonam, todavia, geramente o sabem e gostam de comentar sobre seus sentimentos.Muitos deles,numa clara imitação das estimulações obtidas na vivência familiar ou através de revistas, televisão, em especial, filmes e novelas.Muitos pacientes perguntam-me diretamente como se beija, o que se faz na cama.Tenho sempre o cuidado de, ao lhes repassar a educação sexual necessária, colocar limites, por exemplo, falando de pessoas que são casadas, de como podem se proteger de impertinências sexuais e abusos, naturalmente, deixando que elaborem tabus necessários(para evitar incestos, por exemplo).Sempre desenho para eles, peço que desenhem sobre o que estamos conversando, o que ajuda a aliviar tensões e curiosidades.Falo com clareza, por exemplo das diferenças genitais, da fecundação, do parto,naturalmente, fazendo uso de livros infantis, muito práticos por terem uma linguagem clara e muitas gravuras elucidativas.Bom lembrar que eles gostam de que informações sejam repetidas(em qualquer área, não apenas na sexual).Noto sempre que,interessados afetivamente, usam as palavras pertinentes ao enamoramento:namoro, noivado, casamento, tesão, beijo, abraço...

Pergunta: O portador de S.D. também apresenta modificações físicas, psíquicas e mentais na adolescência. É uma fase que os hormônios “ficam aflorados” e há um despertar bastante relevante pela sexualidade. Na sua visão, você acredita que os adolescentes com S.D. relacionam estes “impulsos sexuais” ao sentimento amor?
Resposta: Muitas vezes,os impulsos sexuais não são tão claramente compreendidos como os sentimentos de amorosidade.Na maioria delas, a causa é a pouca ou nenhuma conversa a respeito que tiveram a respeito.É comum parentes de pessoas com Síndrome de Down considerarem-nas assexuadas ou anjinhos e quando há expressões dessa sexualidade na qual não acreditam, elas são reprimidas.Em minha carreira de psicóloga, muitas vezes orientei professores que não sabem o que fazem quando seus alunos se tocam ou chegam a se masturbar em sala de aula.Naturalmente, o aflorar das sensações de um adolescente sindrômico é o mesmo que o dos adolescentes ditos “normais” ou eficientes.Estes,no entanto, o fazem às escondidas, a não ser que tenham algum distúrbio a ser considerado.Costumo orientar professores e pessoas sindrômicas dizendo que algumas coisas, como defecar, urinar, são feitas de portas fechadas.Masturbação também.Em casa, essa educação com limites deve ter continuidade.Não se pode reprimir as manisfestações de afeto, como beijos e abraços, mas é preciso fazê-los entender que quem é abraçado, beijado, deve consentir.Em jogos e brincadeiras é bem mais fácil de permitir que esses carinhos aconteçam de forma natural, semelhantes a aplausos.

Pergunta: A sexualidade do adolescente com S.D. está relativamente direcionada ao sentimento amor?

Resposta: Quase sempre , não, mas por certo, a amorosidade leva a uma necessidade maior de expressão e complementação sexual.Alguns pais permitem que seus filhos se relacionam, mas essa é uma atitude que raramente ocorre.Na verdade, temem despertar promiscuidade,abuso sexual, permissividade,por considerarem que a pessoa com SD não saberiam distinguir a necessidade de limites.Adolescentes bem orientados e que em casa recebem muito afeto, têm também maior facilidade de aceitar limitações e se satisfazerem com namorinhos que lhes satisfaçam a afetividade, a amorosidade.É comum que se sintam “importantes” e capacitados quando podem namorar, o que os iguala ao comportamento adolescente dos demais não sindrômicos.Bom levá-los para dançar, por exemplo, ou a shows musicais, pois sempres se sentem mais felizes, em geral, quando lhes é permitida a inclusão social.

Pergunta: Há como separar amor e sexualidade na fase da adolescência?

Resposta:Certamente,em especial se o amor for valorizado e permitido, incentivado como algo agradável e bom.Tive um paciente com SD que escrevia lindas poesias de amor,onde expressava seu interesse, a beleza da garota, seu ciúme e saudade.Tudo da forma mais natural possível.Quanto menos eles têm atraso intelectivo, mais amam.Quanto maior o deficit, mais demonstram as necessidades puramente sexuais, como esfregar-se em outras pessoas,com fins de prazer sexual , às vezes na professora, na empregada em estranhos e até na mãe.

Pergunta: Você acredita que as interpretações do sentimento amor, para o adolescente com S.D. estão correlacionadas com namoro, casamento?

Resposta:Esse amor associado a aprendizado diretamente ligado a estimulação de programas de Tv,em especial das novelas e de revistas,quase sempre possui verbalização,desejo,entrelaçados e interpretados a atos costumeiros de namoro(por exemplo, andar de mãos dadas, acariciar) e de casamento.Uma de minhas pacientes, adolescente, entra no consultório abraçada a revistas da sala de espera, tipo publicações femininas(Nova, Marie Claire).Então, mostra-me ilustrações de casais e me pergunta a respeito.Faz isso desde a puberdade, demonstrando uma associação cada vez maior com o que deseja.Atualmente mostra um par na cama e me explica:”eles estão juntos porque acabam de se casar”.Sabe que não se vai para a cama muito jovem, que não se casa com estranhos, que a relação sexual é para os que se casaram.Essa,uma visão que a protege de abusos sexuais, infelizmente, muito comuns com crianças e adolescentes mais inocentes, como os que nasceram sob o estigma da SD:por causa dos traços fisionômicos e das atitudes infantis, podem ser um atrativo para pessoas com taras como , pedófilos,sádicos
.Atualmente, por obterem um tratamento mais amplo, nadam, jogam,fazem academia e são mais fortes.Antes, quando ficavam segregados em lares ou asilos, sofriam de maior fraqueza muscular, atonia, o que os fazia quase indefesos, verdadeiras vítimas de “predadores”.
Algo a considerar é que o nível de fantasias é inicialmente ligado ao registrar-se de uma imagem, que o sujeito deve perceber(como sonhos acordados, diurnos,cenários, protagonismos ambicionados).Uma pessoa muito limitada, tem mais dificuldade em perceber e desejar, deduzir as atividades egoícas...Outra dimensão da fantasia necessária ao estado amoroso é o registro da lógica.Nem todos os limitados podem deduzir,criar,combinar os enunciados de seu próprio desejo.Lacanianos chamam de causa “inomeável’do desejo à abstração da fantasia .Essa, deve ser passível de se impor como real, todavia, na relação do sujeito com seu próprio amor e com o objeto desse amor.São abstrações difícieis na pessoa sindrômica, mais ou menos passíveis de acontecer.Mas não impossíveis, certamente.

Pergunta: “Viver um grande amor”. Essa frase pode ter para o adolescente com S.D. o mesmo significado que tem para os adolescentes do grupo controle (que vêem isso relacionado ao amor vivenciado entre sexos opostos)?

Resposta: Eles podem ter amor, amores. Talvez não saibam medir a intensidade do que sentem,precisamente,mas reconhecem o sentir. Todavia, o grupo de controle tem, claro, maior capacitação intelectiva para distinguir seus graus de comprometimento amoroso, como diferenciação entre o ficar, o estar comprometido,apaixonado, querer alguém para sempre, etc..

Pergunta: Amor. Na sua linha de atuação na Psicologia, têm alguma definição? Pode nos esclarecer algo sobre?

Resposta: O amor além de mola propulsora a atitudes e reações afetivo-sexuais,é explicado também bioquimicamente.Trata-se de uma descarga hormonal muito forte, que provoca reações físicas pertinentes:vermelhidão e palidez,taquicardia ou bradcardia,,verborréia ou mutismo, alegria inexplicável ou , tristeza,esperança ou insegurança, depressão ou elação,vontade de rir ou de chorar,por exemplo.Tudo isso, mescla-se à afetividade, à admiração,ao prazer e fatores vários.
O amor leva ao desejo de completude.A presença da pessoa amada faz-se necessária.Em sua falta, a pessoa experencia carência, vazio.O objeto amado é perseguido, como um fim.Se ao obtê-lo, os sintomas acabam, era apenas paixão-e a paixão é extremamente ardorosa.Se apenas sofre mudanças, amadurece,vem o desejo de permanecer ao lado da pessoa para sempre,de ter filhos, etc, é em geral, amor.A paixão e o amor,podem porém andar juntos,representar algo bom ou ruim e por certo, estão sempre influenciados pela personalidade, caráter,cultura,crençasm mitos , tabus, romantismo em maior ou menor grau.
Além disso, há muitos tipos de amor.O philia, favorece as amizades duradouras,como casais de longa ata, afiliações, a caridade, o amor ao próximo.O ágape, é sacrificial, como o materno acostumou-se a ser considerado, o de religiosos por Cristo,pela humanidade –como o de Madre Teresa de Calcutá, da Irmã Dulce(em pessoas missionárias, ágape e philia se entrelaçam).O passional deixa-se envolver pela paixão,consome, é capaz de atitudes extremadas,como matar,morrer pelo objeto de desejo.O amor romântico provoca grandes desejos de expressão verbal, gestual, reacional.Passa pelo território dos sonhos e facilmente se frustra quando o ser amado não corresponde ao esperado.Há, paradoxalmente, amores egocêntricos,onde a pessoa amada deve estar voltada apenas para o casal.Penso que o amor verdadeiro é capaz de grandes cuidados pelo objeto de amor,de usufruir da presença do outro, de ser capaz de certas renúncias, embora não se perca de si e de seus ideais,de sua vontade, apenas para conquistar a estima de outrem.Certa vez li, que “o amor é o sentimento de quem se compraz na posse de um bem”.Creio que o prazer desse compartilhar é um bom sinal, mas a palavra “posse” usada pelo autor, muitas vezes cerceia e poda o livre desenvolvimento d a personalidade( a pessoal e a do Outro).Equilíbrio e generosidade, prazer e alegria devem ser os sinais suficientes para um envolvimento amoroso saudável.

Pergunta: Por que os adolescentes buscam tanto o amor? E este amor, tem relação com o que?

Resposta: O amor é freqüentemente sugerido como algo prazeroso.O ser humano precisa do gozo para a sensação de bem estar que o localiza em um determinado contexto relacional.Os adolescentes buscam um lugar no mundo adulto.Querem afirmar-se,No início, conseguem um mundo de experiências no comportamento gregário, fazem a maior parte de tudo, em grupos, usufruindo do estar com amigos.Aos poucos, quando define-se um par,sentem que estão imitando novelas e filmes, seus pais,irmãos, amigos mais velhos.São protagonistas de sua própria historia de amor.
O amor, de per si, supre o buraco das carências, sejam elas quais foremTomam o lugar da fantasia, alguém ocupa a expressão da sexualidade antes conseguida, pelo exemplo, pelo prazer solitário, a masturbação..Os sentimentos de prazer são relacionados com o seio bom,à realização, à completude tão necessárias à felicidade que o ser humano tanto pesegue.É comum se delegar a outrem esse sentimento de “ser feliz”:não podemos sentir felicidade sozinhos, acredita a maioria.Apenas ascetas e santos não o crêem...
A questão do desejo sexual é uma questão absolutamente enraizada na Humanidade.Há porém, desejos de comunhão com alguém,que não necessitam do ato sexual, basta a simples presença do ser amado ou percebido como tal.Nesse caso, trata-se de um sentir assexuado , sublimado, canalizado.Basta o estar com, o estar para.
O amor é agente de defesa contra a probabilidade de angústia.na perspectiva de Hegel, “o desejo é o desejo do Outro”, mas na perspectiva lacaniana é algo que perpassa pelo imaginário. O desejo pelo Outro necessita pois de um reconhecimento.O objeto de amor, se não reconhecido, não o é.Por isso, para pessoas com SD que têem muitas limitações intelectivas, de percepção ou de condicionamentos afetivos e até aprendizados imitativos,o amor parece não acontecer.
Pela falta de estímulo/conhecimento, o amor não lhes ocorre,não acontece.A elas é negada o re/conhecimento dessa necessidade de complementação.Dessa forma, essa criatura limitada não é essencialmente um desejante como os demais .Principalmente porque, na maioria das vezes, não é um desejado.

Pergunta: Você acredita que este processo de inclusão dos portadores de Síndrome de Down no contexto social de vivência de amor pode fazer com que eles possam ser totalmente independentes no exercício do namoro / casamento?

Resposta: As pessoas que cercam as pessoas com Síndrome de Down devem prestar-lhes uma espécie de contínua assessoria, pois muitas situ/ações –limite podem ocorrer.Isso vale para quaisquer setores de sua vida e não apenas na vivência amorosa.Seja na elaboração de tarefas escolares, no acompanhamento da vida social, o exercício do ficar/namorar deve ser acompanhado de perto. Casamento, algo mais raro, por extensão, necessita de ajuda contínua,embora se deva respeitar os direitos de privacidade, escolhas,realização.
A inclusão plenificada, sem preconceitos, é uma das atitudes mais humanitárias e necessárias que uma pessoa com quaisquer necessidades especiais possa ter. Não basta freqüentar as mesmas escolas,o mesmo clube, “poder” usar os mesmos coletivos. Sobretudo é necessário apenas ser reconhecido como alguém da raça humana, apenas diferente da maioria.


Publicado originalmente em http://www.clevanepessoa.net/blog.php
por clevane pessoa de araújo lopes em 06/06/2006 às 14h53
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